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Preparar um banho para alguém estando pesado ou sem preceito religioso?

Uma certa vez uma zeladora estava pensativa e me procurou, ela considerava que estava muito carregada e precisava ajudar correndo contra o tempo uma pessoa, mas estava preocupada da energia dela acabar sendo passada para quem for usufruir do banho que ela for preparar e casos como este, afinal o que fazer?

• Texto – Karol Medeiros

Existe três maneiras de impedir que a sua energia acabe atrapalhando o preparamento do banho fazendo fluídos negativos serem transmitidos. Geralmente os banhos que conta muito nossa energia são os que são de ervas frescas que serão maceradas pelas mãos, os banhos em que os ingredientes retiramos de um pote, saquinho, as ervas secas e colocamos numa panela para ferver são os que menos é passado a energia de nossas mãos (individual).

Três dicas que você pode aplicar ao querer ajudar alguém:

1. Preparando um banho de descarrego – O ideal é que prepare um banho para você mesmo usar, antes de preparar para outras pessoas, isto ajudará a eliminar possíveis fluídos negativos que possam ser passados no banho que será preparado para outras pessoas. Devo alertar que dependendo do ato que fez no dia em que pretende preparar, poderá ficar limitado(a) em fazer alguns encantamentos nos banhos.

2. Evite o contato direto na hora de macerar esfregando e esmagando ervas com as suas mãos. Vá numa cachoeira e pegue duas pedras, pedindo licença as energias regentes do local, utilize duas pedras da cachoeira para macerar bem as ervas, para ajudar mais ainda seria bom macerar um pouquinho de ervas esfregando na sua mão como se fosse uma esponja e lavando antes de preparar o banho para outras pessoas.

3. Esta última dica é similar a anterior, porém sem as pedras. Lave suas mãos numa água com Awaji (anil) e depois lave com água de coco ou água de flores-de-laranjeiras, ou alfazema. Isto ajudará a impedir que na hora que macere as ervas preparando o banho de outras pessoas, acabe passando fluídos negativos pelas mãos.

Além de todas estas dicas, a concentração no objetivo é muito importante. De nada adianta apenas preparar sem dedicação, é a mesma coisa do que comprar um banho em líquido de uma loja onde é feito por máquinas a preparação, a mão de quem faz e o que pensamentos na hora que fazemos são fatores chaves e que trazem uma enorme diferença.




Preto-Velho

Pretos-Velhos, conhecidos como ‘Santas Almas Benditas’ são espíritos de luz, que na Umbanda ocupam uma posição de alta hierarquia entre as entidades.

• Texto – Prof. Eduardo Henrique Costa.

O nome ‘Preto-Velho’ é devido a boa parte destes espíritos serem de negros que chegaram ao Brasil em navios negreiros, escravizados e obrigados ao trabalho forçado. Eram pessoas excluídas da sociedade ou sob rigor extremo do cativeiro, tendo que se adaptar na medida do possível, a um modo de vida totalmente diferente do que conheciam.
Para dificultar o encontro de suas famílias ou de comunicação, nas senzalas haviam misturas de diversas etnias de diferentes locais da África, Angola, Congo e etc.

Para as correntes espirituais como a Umbanda, Catimbó, Quimbanda, entre outras, são entidades que inspiram a nobreza, a humildade e o amor. Pois mesmo sendo renegados, e diversos deles quando chegavam numa idade avançada eram mortos devido não conseguirem mais executar trabalhos braçais, não se entregaram a vingança ou ódio, foram capazes de perdoar tamanhas atrocidades e torturas, o que os diferenciou sendo uma classe de espíritos de ex-escravos.

Para Umbanda eles ocupam a posição alta na hierarquia das entidades, pois há o seguimento de que Jesus Cristo conquistou o ‘Reino dos céus’ quando perdoou seus algozes e estes negros escravizados, também tinham conquistado por não terem levado para o plano espiritual nenhum ódio, e sim um sentimento de esperança, de fé nas suas crenças e de acreditar na liberdade.
Por necessidade de adaptação e por novos conhecimentos, alguns conheceram outras crenças e se tornaram devotos de outras egregoras, juntamente com as suas trazidas da África, o que fez nascer em alguns um sistema cultural misto.

Não há apenas um Preto-velho, são diversos espíritos de negros, amadurecidos no tempo e na vida (plano material), assumindo o Grau de “Pretos-Velhos”.

Com a libertação dos escravos para serem ‘livres’, muitos foram morar em fazendas, trabalhar em roças, alguns conseguiram um pequeno cantinho onde viviam da plantação, pesca e etc.

Segundo minhas vivências esta linhagem de espiritos não foi ocupada apenas por quem viveu nas senzalas, também trouxe espíritos de pessoas que eram antigos sacerdotes da cultura afro-brasileira, descendentes de escravos, benzedeiros, entre outros que se aproximaram desta corrente.

Mesmo sendo espíritos muito antigos e com enorme conhecimento, não agem como doutores ou mestres, são humildes na fala e se apresentam de tal forma que nos ensina que mesmo com tamanho crescimento espiritual, é necessário ter a humildade, simplicidade e modestia em espírito. Os Pretos-Velhos orientam e ensinam os reais valores da vida de uma forma simples e com certeza, despertam a humildade no coração de diversos devotos.

Na Umbanda e devido ao sincretismo religioso, estas entidades trabalham na linha correspondente a força do Orixá Oxalá e Obaluaiê.

Oxalá = divindade que ensina paciência, paz e união.

Obaluaiê = divindade da cura, transformação, meditação e os segredos da terra.

As características dos Pretos-Velhos são de espíritos anciãos, cujas características são a da paciência, calma e a boa vontade em ajudar o próximo.
Em suas manifestações possui uma fala mansa, jeito humilde e são excelentes conselheiros. Por tudo abordado neste artigo, não podemos deixar nos enganar por tamanha simplicidade, porque eles tem um enorme grau de desenvolvimento em nosso planeta.

Em diversas religiões e tradições que prestam cultos a estas entidades dedicam à segunda-feira para prestarem ritos (dia da semana consagrado as Almas).

Seus devotos costumam se vestir de preto e branco. Levam velas e oferendas tanto em seus altares ou assentamentos, como também na natureza em igrejas antigas, encruzilhadas, beira da praia, árvores antigas em florestas, cruzeiros onde são acesos velas para as Almas e etc.

Um dos símbolos de alta representação deste povo é o cruzeiro (com degraus), símbolo da redenção, do perdão e dos diversos lugares que podem vir, norte, sul, leste e oeste, como eles mesmo dizem ‘as Almas podem vir de diferentes cantos do mundo’.

Uma das datas muito importante para seus devotos é o dia 13 de maio, o mesmo dia da abolição à escravatura. É comum neste dia ou durante o mês de maio realizarem homenagens ou cultos aos Pretos-Velhos.

Alguns nomes que pertencem a este grupo:
Pai Jacó;
Pai Jobá;
Maria Conga;
Tia Maria;
Vovó Luiza;
Pai João de Minas;
Maria Redonda;
Pai João Bangulê;
Pai Agolô;
João da Ronda;
Pai Benedito…

 

Cantiga de Preto-Velho

Preto na senzala bateu sua caixa deu viva iaiá 🎶
Preto na senzala bateu sua caixa deu viva ioiô

Preto na senzala bateu sua caixa deu viva iaiá
Preto na senzala bateu sua caixa deu viva ioiô 🎶

Viva iaiá , viva ioiô , viva Nossa Senhora , o cativeiro já acabou
Viva iaiá , viva ioiô , viva Nossa Senhora , o cativeiro já acabou 🎶

Preto velho tá cansado (cantiga)

Preto velho tá quebrado de tanto trabalhar
Preto velho tá cansado de tanto curimá
Preto velho tá quebrado de tanto trabalhar
Preto velho tá cansado de tanto curimá 🎶

Canta ponto risca a pemba
Que é longa a caminhada
Quem tem fé tem tudo
Quem não tem fé não tem nada 🎶

Canta ponto risca a pemba
Que é longa a caminhada
Quem tem fé tem tudo
Quem não tem fé não tem nada 🎶

É na Aruanda ê (cantiga)

É na aruanda aê
É na aruandá
É na aruanda aê
É na aruandá 🎶

Eu venho de longe
Terra dos meus ancestrais
Que eu fui acorrentado
Pra lá não voltar mais
Numa casa de madeira
Em um barco duante sobre o mar
Assim eu fui trazido ao Brasil pra trabalhar
É na aruanda 🎶

É na aruanda aê
É na aruandá
É na aruanda aê
É na aruandá

E na linguagem Jejê
Quanto Angola e Nagô
Veio o povo Batuque que no Brasil chegou
Com sua cultura suas histórias
Seus asés
Os mistérios ancestrais e a força do Candomblé
É na aruanda🎶

É na aruanda aê
É na aruandá
É na aruanda aê
É na aruandá 🎶

Ponto Auê Meu Cativeiro (cantiga)

Aiuê, meu cativeiro,
Meu cativeiro, meu cativeirá
Aiuê, meu cativeiro,
Meu cativeiro, meu cativeirá 🎶

Preto-Velho tava cansado
Ia pra senzala,
Batia o tambor,
Preto-velho dava viva à yayá,
Dava viva à sinhá,
Dava viva ao sinhô 🎶

Aiuê, meu cativeiro,
Meu cativeiro, meu cativeirá
Aiuê, meu cativeiro,
Meu cativeiro, meu cativeirá 🎶

Quando o galo canta (cantiga)

Quando o galo cantar as almas se levantão
E o Mar reveoa
Os anjos do céu dizem amém
E as almas benditas diz aleluia 🎶

Diz aleluia diz aleluia
As almas benditas diz aleluia
Diz aleluia diz aleluia
As almas benditas diz aleluia 🎶

Ponto da Preta Velha

Navio negreiro no fundo do mar
Correntes pesadas na areia arrastar 🎶

A negra escrava se pôs a cantar
A negra escrava se pôs a cantar 🎶

Saravá minha mãe Iemanjá
Virou acaçamba pro fundo do mar
Virou acaçamba pro fundo do mar 🎶

E quem ti salvou foi mãe Iemanjá
E quem ti salvou foi mãe Iemanjá 🎶




Comidas para Pretos-velhos

Aprenda diversas receitas da culinária religiosa da cultura afro-brasileira utilizadas para oferendas, agrados, homenagens, festivais e muito mais! 

ANTIGO MINGAU DAS ALMAS
Materiais: Pão, água ou café amargo.
Para que através do pão se lembrem do Deus que pode tudo e opera milagres, que dos céus fez chover pães. Lembrando que Deus se agrada com um tão pouco.
Que através das águas possa lembrar, que antes da existência de um mundo a água sempre existiu, ela é a grande unificadora dos mundos, sendo o princípio de vida e purificação.

Que através do café amargo possam se lembrar que Deus está presente e o seus benditos espíritos de luzes, nos momentos de muito e pouco, no amargo e no doce, no ruim e no bom. Para que lembrem que mesmo nos momentos difíceis Deus se agrada conosco. O Café amargo faz lembrar do tempo difícil da escravidão, da pobreza e da falta de recursos, lembrando que mesmo assim povos mantevem a fé e a esperança que algo de bom iria acontecer a tão sonhada liberdade.

AIPIM DAS ALMAS
Alguns pedaços de aipim descascados e cozidos em água pura. Depois de cozidos, deixe esfriar, arrume em um alguidar e regue com melado.

MINGAU DAS ALMAS
Ingredientes: ½ litro de leite + 2 ½ colheres de sopa de farinha de acaçá + ½ xícara de açúcar. Modo de preparo: misture todos os ingredientes e leve ao fogo, mexendo sempre até dar ponto de mingau liso, bem mole. Coloque numa tigela branca e, depois de frio, leve na casa das almas ou num cruzeiro de igreja, ou num campo limpo com uma vela branca oferecendo as almas.

ROUPA VELHA (PRETO VELHO)
Dessalgue um pedaço de carne seca e pique. Refogue uma cebola ralada no azeite doce e coloque a carne seca picada e sem sal, deixe cozinhar bem. Depois de bem cozida, desfie a carne. Esta carne desfiada pode ser misturada com farinha de mesa ou com feijão preto (caroço).

TUTU ( PRETO VELHO)
Cozinhe feijão preto depois de pronto, coloque em uma cubuca e misture com um pouco de farinha de mandioca.

CAFÉ PARA AS ALMAS
Pão molhado no café e leite em uma cubuca ou tijela.

COPO HARMONIZADOR DA PRETA VELHA
Em um copo virgem coloque água filtrada de preferência de filtro de barro, adicione uma rosa branca por cima. Depois basta acender uma vela branca e reze um Pai Nosso e Ave Maria.

BEBIDAS QUE PODEM SER SERVIDAS AS ALMAS
Leite de vaca;
Água mineral;
Vinho moscatel;
Café amargo.

FEIJOADA (PRETO VELHO)
Prepare uma feijoada com poucon sal e pimenta. Após estiver preparada coloque uma farofinha, couve e umas laranjas cortadas sobre o prato.

 

 




Oferendas para os Pretos-velhos

Pretos-velhos são espíritos que se apresentam como vovôs e vovós, trazendo exemplos de humildade e  possuem uma alta luz e são grandes conhecedores de mirongas (segredos de magias). Muitos não sabem o que fazer de oferendas para eles e trouxemos um trecho do livro no Reino dos Pretos-Velhos que é de grande valor cultural e espiritual, vejamos:

Pretos-velhos em geral – No canto de uma encruzilhada: cigarro de palha, caixa de fósforos, marafo (cachaça) com mel.
Pai Jacó – No canto de uma encruzilhada: uma rapadura, farofa, uma banana e uma cuia com água.
Pai Jobá – Antes de uma encruzilhada: uma garrafa de marafo com mel, um charuto, uma caixa de fósforos, uma rapadura.
Maria Conga – Antes de uma encruzilhada: uma garrafa de marafo, um pedaço de fumo de rolo, mel para cercar a oferenda.
Vovó Luiza – Num gramado: um pedaço de fumo, uma cocada preta, uma garrafa de marafo com mel.
Tia Maria – Na encruzilhada: um charuto, uma caixa de fósforos, uma garrafa de marafo, mel para cercar a oferenda.
Pai José de Aruanda – Numa encruzilhada deserta: uma vela, um cigarro de palha, uma caixa de fósforos, uma rapadura, uma garrafa de marafo para cercar a oferenda.
Tio Antônio – Na porta de uma igreja: uma cocada, um cigarro de palha e uma rosa vermelha, tudo envolto com papel branco e um laço de fita vermelha.
Pai João de Minas – Na escada de uma igreja: um pedaço de fumo de rolo, uma rapadura, três balas de mel, tudo em um pacote de papel branco, atado com fita roxa.
Pai Jobim – Na escada de uma igreja: um pedaço de fumo em corda, uma rapadura, três balas de mel, tudo em um pacote de papel branco, atado com fita branca.
Pai João Bangulê – Na encruzilhada: cigarro de palha, uma caixa de fósforos, uma rapadura, uma garrafa de marafo.
João Batué – Na encruzilhada: uma garrafa de marafo com mel, uma rapadura e um pedaço de fumo em corda.
Pai Agolô – Na encruzilhada: um pedaço de fumo em corda, uma rapadura, uma garrafa de marafo.
Baianas de Missanga – Na escada de uma igreja: um buquê de flores envolto em papel branco, uma vela e um punhado de balas.
Pai João Batão – Na escada de uma igreja: um rosário branco, uma vela branca e um buquê de rosas brancas envolto em papel de seda da mesma cor.
João da Ronda – Na encruzilhada: montar um círculo com velas brancas e pôr no centro um pedaço de fumo e uma caixa de fósforos aberta; abrir uma garrafa de marafo e circundar a oferenda com bebida.
Pai Cambinda – Na encruzilhada: um pedaço de fumo, rapadura preta, fumo em corda, fósforo e uma vela.
Pai Benedito – Na encruzilhada: uma garrafa de marafo com mel, uma rapadura, vela, um rosário.
Povo da Bahia (Na canjira) – Levar uma garrafa de cerveja, um buquê de rosas brancas envolto em papel de seda da mesma cor, um pacote de velas brancas e oferecer várias preces.
Maria Redonda – Na encruzilhada: uma cocada, um charuto e uma garrafa de marafo com mel.
Povo do Congo – No canto de uma encruzilhada: um charuto, uma caixa de fósforos, uma garrafa de marafo com mel.
Povo da Bahia (Senhor do Bonfim) – Em uma encruzilhada: um pacote de velas brancas, uma garrafa de cerveja preta, um prato de vatapá, um charuto e fósforos; abrir a cerveja e cercar a oferenda com ela.

Trecho extraído da fonte:
MARIA, José. No reino dos Pretos-Velhos. 6.ed. Curitiba: Pallas, 2006.




Tudo que você precisa saber sobre o banho de descarrego

O banho de descarrego faz parte da medicina religiosa ou tradicional de muitas culturas, principalmente dos juremeiros, umbandistas e candomblecistas. De forma bastante objetiva tem como foco descarregar o indivíduo que se encontra extremamente pesado ou com uma carga gigantesca de energias ruins. Popularmente se tornou muito comum no misticismo popular o uso do ‘banho de descarrego’ como sugestão para que se encontra azarado, em séries, filmes, ou até mesmo numa conversa nos bares.

• Texto – Mestre Eduardo Henrique Costa

 Uma pessoa comenta que não anda conseguindo ter sorte com ninguém em namoro e uma colega de trabalho prontamente responde: você precisa de um banho de descarrego!
Simplesmente é algo comum de dizer e muitos buscam receitas em jornais, páginas na internet para neutralizar o que acreditam ser uma carga de energias ruins, mas você já se perguntou se o banho de descarrego pode ser usado por qualquer pessoa apenas por acreditar ser algo espiritual? E quando o indivíduo se encontra bem, pode usar mesmo assim? Isto são dúvidas muito comuns, mas que infelizmente a maioria não sabe responder.

Eu sempre uso como exemplo para os meus aprendizes em cursos ou palestras que não tem lógica alguém iniciar o uso de medicações estando bem e sem ter nada. Para um melhor entendimento de forma didática pense numa pessoa que acredita que esteja com anemia, a mesma consegue buscar novos hábitos, melhorar a alimentação para contribuir rumo ao bem-estar (se estiver e por prevenção), mas imagina iniciar um tratamento chegando ao extremo de pedir transfusão de sangue sendo que não passou por diagnostico de um especialista e nem sabe se realmente precisará, não se pode iniciar tratamento de algo sem que seja apurado/diagnosticado antes certo? Na medicina espiritual não é tão diferente!
 Quando alguém acredita que esteja carregado de energias ruins, o primeiro passo é buscar por uma consulta espiritual ou oracular. É extremamente importante para que seja analisado se realmente a pessoa se encontra com um “carrego” (alto peso de negatividade), até mesmo para definir quais banhos poderão ser utilizados, quais ervas serão as mais adequadas e qual será a quantidade de itens, e por quanto tempo será necessário.

Utilizar banhos de firmezas (antes de praticar um ritual) ou um banho de limpeza espiritual (uma forma higiênica de manter a energia limpa), faz parte da rotina e podemos considerá-los como ações preventivas, mas o ‘banho de descarrego’ seria uma forma de tratamento para a alma de quem se encontra doente espiritualmente ou com um problema de energia.

Como todo tratamento sem cautela ou de forma errônea pode trazer efeitos colaterais. Lembre-se que tudo de mais pode fazer mal, uma regrinha da matemática é de lei na energia: mais (+) com mais (+) é menos (-).

DIFERENÇAS DE CONSULTAS

Na consulta espiritual ocorre a comunicação diretamente com o espírito ou divindade. São exemplos emblemáticos quando uma pessoa busca um médium que esteja em transe espiritual, o médium através de sua entidade começa atendê-lo informando o que esteja vendo que a pessoa tem e como faz para resolver. Na Umbanda tem muitos Pretos Velhos (entidades) que ao perceber uma necessidade de algo além de um passe espiritual, é passado sempre uma receitinha que deverá seguir por um tempo determinado, isto chamamos de consulta espiritual.

A consulta oracular não há necessidade de incorporação, o que pode ocorrer é um ‘transe intuitivo’, é algo de forma consciente e não teria a menor lógica um espírito incorporar para jogar pra ele mesmo responder (risos). Nos oráculos ocorre a intervenção do meio espiritual respondendo e um sacerdote ou alguém devidamente preparado recebe aquelas mensagens e repassa para a pessoa da forma como entendeu, usando sua forma de interpretação, por isto o preparo para exercer se torna fundamental nos dois tipos de consultas.

USANDO ALGO QUE NÃO PRECISA SER USADO NO MOMENTO

Uma certa vez um aprendiz meu estava super bem com todos os ensinamentos que ele adquiriu e tinha feito recentemente alguns trabalhos de magia que deixou bem positivo e livre de todas más energias, porém por teimosia quis fazer um banho de descarrego, pois como ele morava na Holanda e veio para ficar no Brasil, não perdeu tempo e já queria fazer de tudo um pouco, sendo que recentemente já tinha se cuidado.
 Ao preparar o banho foi utilizado vinte e uma ervas, logo após o uso, ficou extremamente agitado e não conseguiu dormir. O rapaz viu o o sol nascendo e não conseguia descansar, ele relatou que parecia que tinha feito o uso de vários energéticos.

Em regra só deve ser usado banho de descarrego em quem esteja carregado.
O meu aprendiz não estava nenhum pouco carregado (risos).
Ele se encontrava repleto de baitas energias de trabalhos que tinha feito recentemente, quando resolveu entrar com um banho repleto de mais energias, o resultado foi ele ficar em ‘choque’, bem elétrico, energizado, é como se fosse um copo transbordando.
No relato este meu aluno disse que foi dançar, dar aula no curso de letras e mesmo gastando toda energia ainda estava eufórico e agitado demais, o que foi necessário um novo banho para equilibrar. O que nos faz lembrar daquelas pessoas que não tem nada e consomem medicamentos, depois acabam tendo efeitos colerais e acabam buscando um médico e por consequência, é necessário usar um outro medicamento para tirar o efeito daquele outro que foi usado sem necessidade.

LEMBRE ANTES DOS SEUS BANHOS DE ERVAS

Nada em excesso por muito tempo faz bem. Ritmos diferentes, envolve danças diferentes.

Se é indicado três, não queira usar cinquenta achando que terá o mesmo resultado, porque poderá ser que nem positivo seja, siga as instruções de seu mestre.

O banho de descarrego pode ser diferenciado, variando por pessoa e caso.

Não existe pessoas iguais, cada um nesta vida teve um vivência e uma maneira que absorveu tudo isto, é normal que encontramos várias receitas diferentes, mas devemos se basear na que seja da egregora que estamos buscando e praticando.

BANHO DE DESCARREGO É FORTE!

Comumente os banhos de descarregos levam no mínimo sete ervas, é muito sangue vegetal, o que faz ser um banho que retira muita energia que a pessoa esteja, dependendo do caso pode ser indicado a utilização por um certo período até neutralizar a negatividade por completo.
O banho de descarrego não se limita apenas ao uso de ervas, eu costumo utilizar penas, pós, simbologias e alguns fundamentos que nem todos devem ser revelados. E o pilar principal do banho é o encantamento, porque sem o despertar, permanece como algo comum.

Existe banhos em que o sacerdote prepara e a pessoa leva para sua residência para utilizar pela quantidade de tempo especificado e tem aqueles que é passado a receita e alguma forma de despertar mais simples que também seja aceitável para que a pessoa faça adquirindo bons resultados.

Particularmente adoto método de descarregar a pessoa complemente deixando sem energia antes do ebó e aquele ‘copo vazio’ estando limpo por completo, fica bem mais harmonioso para receber as bênçãos das divindades ou dos ancestrais. Também costumo utilizar da prática de um banho e sabão para descarregar e outro banho e sabão para prosperidade, harmonia ou algo do tipo.




Crianças podem tomar banhos de ervas?

Sem sombras de dúvidas as crianças também tem o direito de receber cuidados espirituais e dependendo da família, chegam até mesmo ocupar cargos religiosos. Mas o que muitos não sabem é se uma criança pode tomar banhos de ervas e talvez seja por isso que o Universo e Cultura recebe constantemente perguntas similares à esta.

• Texto – Mestre Eduardo Henrique Costa

Uma criança se debate pela noite e uma mãe resolve fazer uma receita de benzer a criança com arruda, ou um pai que resolve dar banho de alecrim em um recém-nascido para livrar das invejas, é muito evidente que os pais que realmente amam seus filhos querem o bem de suas crianças, mas será que realmente estas boas intenções como destas receitas são capazes de ajudar ou piorar uma situação?

ENTENDA COMO FUNCIONA!

Embora as crianças merecem passar por cuidados espirituais, isto não significa que será realizado atos similares aos que são feitos com adultos, porque uma criança é totalmente diferente. Começando por um recém-nascido que tem menos de um aninho, eu não indico nenhum tipo de banho de ervas, porque a criança ainda se encontra em desenvolvimento até mesmo de sua pele e pode ser agressivo o contato com ervas quando se trata de um recém-nascido e isto não é algo apenas que deve ser levado em consideração na parte de banhos, mas também quando for realizar algum tipo de benzimento ou até mesmo simpatias.

Da mesma forma como é prejudicial, muita das vezes o uso de sabonetes com fortes aromas e que acabam fazendo mal ao recém-nascido, pois se encontra muito sensível aos toques, cheiros, paladar e etc. O ideal se tratando de uma criança com menos de um ano, é benzer, rezar, acender vela para o anjo guardião da criança ou até mesmo deixar alguns cristais próximos onde o bebê irá ficar.

Evite ervas com odores muito fortes, que sejam tóxicas ou muito quentes (energia), tanto para benzer ou dar banhos, como por exemplo, arruda, alecrim, espada-de-São-Jorge, para-raio, peregun e etc. Os bebês não são tão sensíveis apenas a nível material, por isto a forma como chega esta energia pode perturbar o bem-estar da criança porquê a maneira como recebe costuma ser mais impactante.

Quando a criança tem mais de um ano de idade, poderá começar a ser feito os primeiros banhos de ervas, porém sem muitos tipos de ervas na mesma receita, o ideal é que o banho seja feito apenas com uma única erva e evitando uma quantidade muito alta da mesma erva, deixando bem leve e com mais água do que extrato do sangue vegetal, pode parecer que o banho fica “fraquinho”, mas devemos lembrar que para uma criança pequena chega a energia sendo forte e ideal. Para quem tem em mente em querer fazer banhos de descarregos em crianças, o orientável é que seja depois dos sete anos de idade da criança. Há crianças que estão acostumadas com banho de ervas e com a energia e que quando tem cinco aninhos de idade, eu costumo dar banhos com três tipos de ervas.

FAZENDO DA MANEIRA CERTA

Montei uma tabela para que você cuide do seu pequenino ou pequenina de uma forma que não faça mal.

1 até 3 anos de idade:

• Água-de-flores-de-laranjeira: você pode comprar uma garrafa em lojas de artigos religiosos ou preparando, colhendo flores de um pé de uma laranjeira, macerando na água (sendo até melhor se for da cachoeira) e coando, colocando numa bacia ou vasilha. Este banho pode ser feito da cabeça para baixo. Ajuda equilibrar espiritualidade da criança, traz harmonia, saúde e afasta maus olhados, possui efeito que melhora o sono. É aconselhável que o banho seja pela manhã.

• Folhas de hortelã: além de refrescar a pele, acalma mediunidade aflorada, alivia energia muito quente e agitada, traz proteção e movimenta as energias, melhora a concentração e os estudos. É aconselhável que o banho seja feito pela manhã de forma macerada, podendo ser da cabeça para baixo.

• Sementinhas de erva-doce: se a criança se encontra muito agressiva ou agitada, este banho é o ideal! Faça um chá com água e erva-doce, dê banho na criança da cabeça para baixo. Coloque roupas que não seja de cores quentes ou escuras na criança, você pode usar um pouco do banho para enxaguar as roupinhas da criança e assim, trazendo leveza.

• Folhas de alfazema: sem sombras de dúvidas, entre todas as ervas, o alfazema é uma com potência de atingir todos os setores da vida, podendo ser acrescentado em qualquer banho. O alfazema afasta espíritos obsessores, desmancha feitiços, equilibra a espiritualidade e ajuda no desenvolvimento mediunico de forma tranquila. Você pode fazer um banho macerado e coar, a criança poderá tomar da cabeça para baixo. É aconselhável que seja feito pela manhã.

• Folhas de akoko: uma erva que equilibra a espiritualidade, ajuda a tranquilizar, traz prosperidade, afasta energias que trazem doenças, muito usado em amacis e melhora o psicológico. É um excelente aliado para afastar maus espíritos e pode ser usado antes dos trabalhos religiosos como um banho de firmeza. Este banho pode ser usado da cabeça para baixo de forma macerada.

• Folhas ou galhos de manjericão: considerado por diversos povos como uma das ervas que traz amor e doçura para vida das pessoas, é um excelente aliado para um bom sono, afasta maus espíritos, inveja, quebranto e ajuda a fortalecer a espiritualidade. Caso a criança sofra problemas na hora de dormir, poderá por um galho de manjericão por baixo do travesseiro e depois de três dias, despache na natureza.

• Folhas de saião: ajuda aproximar a energia de Oxalá, excelente aliado para equilibrar a espiritualidade, trazer boa sorte e sentimentos de esperança. Quando a criança tem uma mediunidade muito aflorada, esta erva é ideal para harmonizar. O ideal é que utilize pelo período da manhã de forma macerada, excelente para banhar a cabeça.

3 até 7 anos de idade:

Poderá juntar duas ou até mesmo três itens dos citados anteriormente, podendo ser um banho macerado ou fervido, mas só deve usar na criança quando estiver totalmente morno.

7 até 12 anos de idade:

Poderá ser feito banhos que envolvem mais de três ervas, no máximo até sete ervas.

BENZIMENTOS

Para benzer crianças deve ser usado ervas que não seja de energia muito quente, o ideal é ser utilizado galhos de manjericão ou alfazema. Após o benzimento deverá ser despachado as ervas na natureza (fora de onde reside ou passe).




Banho para dar mais energia de ânimo e alegria

Esta é uma baita receita para aqueles que treinam ou precisam de ânimo e motivação para dar continuidade aos projetos que fazem.

Ingredientes:
Um pouco de Capim Santo (Capim Limão)
Um pouco de folhas e galhos de menta
Um galho de alecrim
Um pouco de mel-de-abelhas de floradas de laranjeiras, eucalipto ou silvestres.

Ponha as ervas numa vasilha com 4 litros de água e macere bem as ervas, focando na realização de seus objetivos. Ao terminar poderá coar e pingue 14 gotas de mel misturando bem. Tome este banho da cabeça para baixo de preferência pela manhã ou antes de atividades, ou depois de atividades exaustivas.




Cesta cigana (simples)

A cesta cigana é uma forma de simbolizar e buscar por fartura, alegria e caminhos abertos.

MODO DE PREPARO – Em uma cesta coloque uma de cada fruta (7 frutas).

Acrescente:

• Uma de cada fitas coloridas enfeitando

• 1 espelho

• 1 champanhe ou vinho

• 1 mel para despejar por cima das frutas

• 1 taça com água mineral

• 3 velas (amarela, azul e branca) Mas caso seja para Pomba Gira Cigana, recomendamos que acenda sete velas bancas ou vermelhas e pretas.

• 1 cálice com vinho e sirva a Cigana.

❌ Observações: Quando a cesta for para espíritos (homens), devem ser retirados os presentes femininos e a cesta deverá ser sem alças.

Para despachos, recomendamos que o vinho ou água seja despejado fazendo círculo em volta da cesta e pedindo, mas não deixe taçar ou copos e nem muito menos garrafas.

Locais de entrega: Campos, praias e praças.




Existe Bori na Umbanda?

Uma das maiores dúvidas recorrentes por quem está ingressando na Umbanda, é se existe Bori dentro da religião e como funcionaria. Para entender melhor o assunto, separamos uma resposta dada pelo nosso mestre e fundador do Universo e Cultura.

• Ensinamentos do Mestre Eduardo Henrique.

ENTENDA O QUE É BORI

Para os povos yorùbás, o Ori (cabeça) é o princípio da existência do nosso espírito no corpo (alma) e é através dele que ocorre a comunicação do ser humano com o mundo espiritual, nosso Ori deve ser tratado como um rei, pois é ele que sempre nos apoia e entrega para nosso espírito e corpo humano as bênçãos do céu (Órun), mas existe casos de pessoas que possui muita negatividade no Ori ou até mesmo se encontra enfraquecido, trazendo sérias consequências, como a má sorte e não conseguir fazer que as bênçãos espirituais possa chegar até a pessoa, pois o Ori não se encontra receptivo as coisas boas.

Dentro do Candomblé ou Culto Tradicional Yorùbá, o sacerdote após consultar o oráculo e realizar uma investigação sobre a situação, pode precisar fazer um Bori, que é diferente do Ebó. O Bori é uma prática específica para tratamento do Ori, por isso é muito comum ver elementos sendo passados na cabeça ou sendo mantidos, justamente para alimentar o Ori, tornando forte, retirando as negatividades e permitindo uma melhor comunicação com o espiritual.

Boa parte dos Boris levam animais em suas práticas, existe até alguns métodos de Boris que não usam animais, mas é um dos tipos menos usados.

MAS E A UMBANDA FAZ BORIS?

Foto do ano de 2017 do Mestre Eduardo Henrique.

Não faz! O que acontece é que existe terreiros mistos (traçados), que praticam tanto Candomblé, como também Umbanda, o que faz por uma religião diferente da Umbanda utilizar Boris, muitos leigos podem achar que é uma prática umbandista, porém não é! Bori é um ritual da cultura africana e não brasileira. A Umbanda é uma religião brasileira que dentro de seus fundamentos une ensinamentos da bíblia cristã e do Espiritismo, não podendo realizar sacrifícios de animais.

Na Umbanda de forma raíz, não pode um zelador sacrificar nem se quer um pombo branco para colocar na cabeça de um umbandista, pois nos ensinamentos da Umbanda, seguindo a bíblia cristã, Jesus Cristo aboliu no Novo Testamento a prática de sacrifícios, acreditando que o maior sacrifício foi realizado na cruz, onde o sangue de um ser iluminado foi derramado para pagar o preço por todos.

O Candomblé e a Religião Tradicional Yorùbá pratica boris e ebós, até mesmo que envolva sacrifícios de animais por ser uma cultura que não é baseada no Cristianismo e segue ensinamentos da filosofia Yorùbá.

E COMO A UMBANDA LIDA COM A CABEÇA DE SEUS INICIADOS?

Existe rituais próprios da Umbanda que ajuda harmonizar a cabeça, firmar e trazer boas energias, as três principais são:

  1. DEITADA, é um ritual onde o iniciado deita em uma esteira e é colocado em sua volta várias comidas de cada um dos guias espirituais que aquele indivíduo tem. Em algumas casas é chamado um ogã que irá cantar pontos na hora que o zelador for arriar para cada uma das entidades, o objetivo é que a pessoa possa canalizar todas aquelas comidas, além de aproximar mais ainda de seus guias, em alguns métodos pode até ficar coberto de comidas por cima. O tempo em que a pessoa ficará recolhida numa esteira pode variar, mas em minhas experiências eu presenciei casos em que ficava inteiramente por 1 dia. Muitos confundem com Bori, mas na realidade não é a mesma coisa, inclusive nem rezas africanas é utilizada. É feito tudo em português com pontos de Umbanda. Em alguns terreiros é colocado comidas para todas linhas da Umbanda independente do praticante trabalhar com aquela linha ou não, em outros lugares é apenas o que o indivíduo possui.
  2. AMACI, é um banho preparado com ervas específicas para lavagem da cabeça. Ajuda a equilibrar a mediunidade e manter a cabeça do praticante firme. Geralmente o amaci também pode ser usado para lavar os colares utilizados nas seções.
  3. FIRMAMENTO DO ANJO GUARDIÃO, por ser uma religião que tem em seus fundamentos práticas católicas, a Umbanda ensina que manter o anjo guardião iluminado, ajuda a aumentar a proteção e na firmeza da cabeça para executar da melhor forma os trabalhos espirituais.
Deitada de Exú. Imagem extraída da internet.

Nesta imagem do TEU Pai José, conseguimos ter um melhor entendimento de como é uma deitada na Umbanda. A diferença é que nesta deitada é específico para firmar Exús e Pombas Giras, e por isso a médium se encontra com roupas vermelhas e pretas.

As deitadas não são tipos de rituais aberto ao público e somente quem pode participar são os iniciados na Umbanda.

Brilhou brilhou no mar 🎶
Uma estrela que brilha no céu neste congar
Brilhou brilhou no mar 🎶
Uma estrela que brilha no céu neste congar
Vai de cabeça, filhos de fé
Vai de cabeça e que desça santo que quiser 🎶

Ritual de Amaci. Imagem extraída da Internet.

Na imagem conseguimos obter uma melhor compreensão de como funciona os rituais de Amaci na Umbanda. Em alguns lugares a lavagem é feita pelo próprio guia espiritual incorporado em um médium, como por exemplo, um Caboclo!

O amaci pode ser usado em batismos ou consagrações na Umbanda, eu já participei de um batismo de duas crianças em que escolheram como padrinho Ogum e como madrinha Iemanjá. Os ogãs cantaram e os médiums receberam seus guias em Terra, quando chegaram, abençoaram a cabeça das crianças lavando com Amaci. Há terreiros que prefere utilizar a própria água da cachoeira e praticar o batismo na própria natureza, o que também não é errado.




Oferendas para Caboclos

Não sabe o que fazer para os caboclos? Confira uma lista de receitas de oferendas que preparamos para aqueles tem fé nas entidades indígenas e queira cultuá-los.

Primeiramente é bastante necessário conhecer a sua entidade, porque alguns podem ter algumas preferências específicas dependendo do reino ou aldeia que pertença. Mas caso não saiba e seja por uma questão de devoção, não tem problema! Porque as receitas desta matéria são muito bem aceitas por diversos deles, principalmente em suas festas.

• AFERVENTADO
Faz-se o aferventado com carne do sertão, quiabo e abóbora. A carne deve ficar mais
dura do que mole.

• FRUTAS PARA CABOCLO
Em um alguidar ou cesta coloque 7 tipos de frutas bem bonitas (exceto abacaxi, mimosa, limão),
enfeite com folhas de goiaba e coco cortado em tirinhas.

• AIPIM DE CABOCLO
Alguns pedaços de aipim descascados e cozidos em água e sal. Quando estiver macio, escorra, coloque num prato de barro e regue com mel.

• AIPIM COM CARNE
Escalda-se um pedaço de carne seca para retirar bem o sal. Pica-se em pequenos pedaços (pode dessalgar já picada). Rala-se uma cebola grande e frita no azeite doce até quase corar, junta a carne seca, folhas de louro e deixa cozinhar. Quando a carne estiver quase cozida, junte alguns pedaços de aipim descascado e deixa cozinhar até ficar macio. Deixe esfriar e ofereça aos caboclos ou seu caboclo de fé, num prato de barro, com um copo de vinho moscatel e uma vela branca.

• MILHO PARA CABOCLO
Esta é uma comida conhecida no Candomblé pelo nome de “Axoxô” que é ofertada para o Orixá Oxóssi, mas devido ao sincretismo religioso de muitos associarem ou até acreditarem que os Caboclos seriam Oxóssi, acabam utilizando esta oferenda. É importante ressaltar que não é uma comida específica de Caboclo. Ingredientes: Milho Vermelho (galinha), Coco e 1 alguidar. Cozinha-se o milho vermelho somente em água, depois deixa-se esfriar, coloca-se num oberó e enfeita-se por cima com fatias de coco com casca.

ALGUMAS SUGESTÕES DE AGRADOS PARA CABOCLO

  1. Abóbora moranga, assada na brasa, com mel de abelha.
  2. Aipim ou mandioca, assado na brasa, com mel de abelha.
  3. Ebô (canjica) com fumo de rolo desfiado e coco.
  4. Mingau de milho vermelho com coco.
  5. Milho vermelho com coco e fumo de rolo desfiado.
  6. Amendoim cozido em água, com mel de abelhas.
  7. Vinho branco, tinto, moscatel ou água.



Benzimento para tirar quebranto de criança com um ramo

Se uma criança está apresentando sinais que indicam ser quebranto, pegue um ramo de Oliveira (se não
encontrar, pode ser qualquer outro), faça o sinal da cruz e recite as seguintes palavras:

“Jesus, quando andou no mundo, para tudo ele rezou. Rezou para olhares de quebranto, que nessa
criança deitou. Que desta criança o quebranto vá saindo, varridas com galho de Oliveira. Amém.”

Após ter recitado essas palavras, reze em seguida um Credo, um Pai-Nosso, uma Ave-Maria, uma Salve-Rainha e acenda um incenso.




A diferença entre os Kiumbas e os Exus Kiumbas

Há muitas pessoas que confunde e acredita que são iguais, isto infelizmente acontece devido os auto-intitulados “Mestres de Kiumbanda” que possuem experiências apenas em ter muitas curtidas, mas poucas experiências reais com o ocultismo e a tradição, mas de forma prática entenda o assunto.

Kiumbas são espíritos de baixa iluminação, sem muito desenvolvimento espiritual. Eles costumam viver em zonas inferiores do astral (onde as literaturas espíritas conhecem como ‘Umbral’). Por conta de muitos deles serem tão materialistas, estão sempre em busca da volta pela vida terrena, muitos vivem em busca de vinganças e de enganações, acontecendo muita das vezes com terreiros que não tem uma devida defesa espiritual ou com médiuns não desenvolvidos, receberem a presença de um Kiumba e ele acaba fingindo ser uma entidade evoluída.

São espíritos esquecidos, que tentam se fortalecerem de alguma maneira. Nas literaturas umbandistas ficaram conhecidos pela definição de “marginais do astral“. Segundo o professor Eduardo Henrique, definirem como marginais é devido 5 fatores principais:

  1. Não seguem leis ou ordens
  2. Não possuem propósitos
  3. Precisam se manter em cima de “furtos” de energias (vampirismo)
  4. Facilmente podem ser manipulados devido a ignorância, arrogância e falta de conhecimento
  5. São aproveitadores.

Os Kiumbas depois de um certo tempo, não lembram nem se quer de seus nomes, história de vidas terrenas, pelo fato de muito deles se obscurecerem e por isto, feiticeiros costumam invocá-los para práticas destrutivas, pois eles estão sempre em busca de algum ganho, recompensa ou domínio. Estes mestres que utilizam destes espíritos costumam dar nomes como “Chico dos Infernos, Matador Diabólico”, o que trazem para eles um novo sentido, apenas se alimentarem e ferrar com qualquer um, oras para eles não há o que perder.

Há um ditado que diz “nunca esqueça de quem você é e suas origens, para que as pessoas não te transformem no que elas querem que você seja”.

Os Exús e Pombas-Giras costumam recrutar muitos Kiumbas para trabalharem dentro de suas falanges (grupos espirituais) e com isto evoluírem, se tornando posteriormente um Exú ou uma Pomba-Gira após aprenderem tudo que é necessário com seus mestres. Estes espíritos de baixa evolução que começam a trabalhar sob ordens dos Exus, são conhecidos como Exus Kiumbas. Que podemos compará-los com a idéia de um “estagiário”, adquirindo experiências para assumirem um possível cargo.

Concluindo:
Um espírito que entra recentemente para corrente dos Exús é chamado de Exu Kiumba, por hierarquicamente ser de baixa evolução.
Aquele que não pertence a nenhuma corrente e não segue nada, é um Kiumba.