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Mandamentos de Ifá

• Publicação de Eduardo Henrique Costa / Universo e Cultura.

Assim Ifá advertiu:
1 – não digam o que não sabem (èsúrú pode ser tanto uma conta sagrada como um nome de uma pessoa); 
2 – não façam ritos que não saibam fazer (novamente avisa não troquem a conta sagrada pelo nome); 
3 – não enganem as pessoas (trocando a pena de papagaio por morcego); 
4 – não conduzam as pessoas a uma vida falsa (mostrando a folha de Iroko e dizendo que é folha de oriro); 
5 – não queiram ser uma coisa que vocês não são (não queiram nadar se vocês não conhecem o rio); 
6 – não sejam orgulhosos e egocêntricos; 
7 – não busquem o conselho de Ifá com más intenções ou falsidade (Àkàlà é um título usado para Orumila); 
8 – não rompam (não mudem) ou revelem os ritos sagrados, fazendo mal uso deles; 
8 – não sujem os objetos sagrados com as impurezas dos Homens; busquem nos ritos sagrados somente coisas boas; 
10- os templos devem ser lugares puros, onde a sujeira do caráter humano deve ser lavada; 
11- não desrespeitem ou inferiorizem os que têm maior dificuldade de assimilar conhecimentos ou deficiências no caráter, ajude-os a mudar; 
12- não desrespeitem os mais velhos, a sabedoria está com eles, a vida os fez aprender; 
13- não desrespeitem as linhas de condutas morais; 
14- nunca traiam a confiança de seu semelhante; 
15- nunca revelem segredos que lhe são confiados; falar pouco e somente o necessário demonstra sabedoria; 
16- respeitem os que possuem cargos de responsabilidade maior; o Babaláwo é um Pai, portanto, é devido grande respeito aos Pais.
Mas os ancestrais não cumprem as determinações de Deus, trazidas e mostradas por Òrúnmìlà. Deus usa os Orixás para advertir o Homem, mas não obtém sucesso. O Homem não ouve os conselhos. Mesmo assim, em erro, o Homem ainda acusa a Orunmila. Mais uma vez não reconhecendo seus próprios erros. O Homem tem esse hábito, o de culpar os outros pelas suas maneiras erradas. 
Diante de tais atitudes, Deus fica desobrigado de cumprir Sua palavra com o Homem, permitindo então que o Homem morra idoso e venha a renascer jovem, para que uma nova caminhada de aprendizados se inicie, em outra vida, em outro lugar, e quem sabe assim, nessa nova etapa, o Homem aprenda os mandamentos de Ifá pondo fim a esse ciclo sofrido. 
Assim se repetirão esses ciclos, até que o Homem aprenda a mudar, tornando-se um Egúngún Àgbà (Ancestral Ilustre) que recebe funções mais importantes no Òrun (no Além)!
Itan de Ikafun.