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Por que é tão difícil ser afetivo?

Descubra, nas palavras da especialista em relacionamentos Rosana Braga, como exercitar sua afetividade no dia a dia para criar relações mais promissoras e harmoniosas. Só depende de você.

Texto • Rosana Braga / Triada.com.br

Às vezes, fico me perguntando por que é tão difícil ser afetivo. Costumamos acreditar que afetividade tem a ver somente com transparência, é simplesmente ser sincero, não enganar os outros. Mas ser afetivo é muito mais do que isso. É ter coragem de se expor, de se mostrar frágil, de expressar emoções, de falar do que a gente sente… Ser afetivo é desnudar a alma, é deixar cair as máscaras, baixar as armas, destruir os imensos e grossos muros que nos empenhamos tanto para levantar.

Ser afetivo é permitir que nossos sentimentos aflorem, desabrochem, transbordem! E isso nada tem a ver com um comportamento piegas, mas, sobretudo, com uma dinâmica humana, integrada e autêntica. No entanto, infelizmente quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco. Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda o afeto que age e atua genuinamente em cada um de nós.

Assim preferimos, por exemplo, o recorrente “nó na garganta” e, consequentemente, a gastrite nervosa, às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser. Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas à simplesmente nos entregar e admitir que não sabemos, que temos medo! Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos assim: manter uma imagem que nos dê a sensação de força, poder e proteção.

E assim, vamos nos afogando mais e mais em palavras meticulosas, em atitudes parciais, em sentimentos defendidos… Não porque sejamos pessoas mentirosas, mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso afeto mais intenso e nossa gentileza não-contaminada…

Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar: a compreensão de que todos nós, algumas vezes, sofremos, nos sentimos sós, tristes e choramos baixinho antes de dormir, num silêncio que nos remete a uma saudade desesperada de nós mesmos, daquilo que pulsa e grita dentro de nós, mas que não temos coragem de mostrar nem àqueles que mais amamos!

Porque, infelizmente, aprendemos que é melhor revidar, descontar, agredir, acusar, criticar e julgar do que simplesmente dizer: “você está me machucando… pode parar, por favor?”. Decidimos acreditar que dizer isso é ser fraco, é ser tolo, é ser menos do que o outro. Quando, na verdade, se agíssemos com o coração, poderíamos evitar tanta dor, tanta dor…

Sugiro que aprendamos a expressar todo o nosso afeto! Que consigamos não prender o sentimento, não disfarçar a emoção, não esconder tanto o medo, não desejar parecer tão invencível. Que consigamos não tentar controlar tanto, responder tanto, competir tanto… Que consigamos docemente viver, sentir, amar. E que você seja todo coração, muito mais sentimento, inundado de um afeto transparente, apesar de todo o risco que isso possa significar.




O correto é sempre dizer a verdade?

Nem sempre: há verdades que são desnecessárias. É o que diz a consultora em relacionamentos Rosana Braga. E você, sabe diferenciar o que é realmente importante do que só serve para magoar e criar insegurança?

Texto • Rosana Braga / Triada.com.br

Passei quase toda minha vida apostando que, num relacionamento, tudo deveria ser dito, tudo deveria ser contado, sem omissões nem mentiras. Levei muito tempo para compreender que existem verdades desnecessárias.
Hoje percebo que na vida de cada um de nós ocorrem fatos que nada acrescentam quando contados ao outro, que só o machucam e não proporcionam evolução à relação. Ao contrário, causam dores e ressentimentos sem motivos que justifiquem sua revelação, servindo mais como tortura do que como facilitador na resolução de problemas e desentendimentos.
Sei que esta minha opinião pode causar polêmicas, mas não estou defendendo a mentira conveniente a quem conta, e sim o silêncio que respeita a pessoa amada, a omissão que evita ciúme, insegurança e lágrimas.
Também não pretendo incentivar enganações e infidelidades, e sim defender o direito que temos de não ouvir o que não precisa ser ouvido. Se você está com a consciência tranquila e realmente pretende investir neste amor, pra que entrar em assuntos que ferem o orgulho do outro e aflora sentimentos como raiva e insegurança?
Tenho visto casais que, numa decisão imatura ou em momentos de impulsividade, revelam detalhes de certas atitudes ou contam acontecimentos do passado e até mesmo do presente que não têm importância e não mudam os sentimentos, mas que, quando ditos, provocam dúvidas que alfinetam a autoestima e abalam a autoconfiança.
Então, fui percebendo que as palavras podem ser essenciais quando servem para posicionar o outro sobre um sentimento verdadeiro (seja ele recíproco ou não) ou sobre algo que tenha significado o bastante para influenciar a relação. Caso contrário, são desnecessárias. Ou melhor, servem como adubo para cultivar “minhocas” que acabam com a harmonia entre pessoas que se amam.

Então, fui percebendo que as palavras podem ser essenciais quando servem para posicionar o outro sobre um sentimento verdadeiro (seja ele recíproco ou não) ou sobre algo que tenha significado o bastante para influenciar a relação. Caso contrário, são desnecessárias. Ou melhor, servem como adubo para cultivar “minhocas” que acabam com a harmonia entre pessoas que se amam.
Claro que tudo se torna mais fácil quando os dois estão cientes disso e um não fica “cutucando” o outro com perguntas descabidas, tentando investigar uma situação a todo custo e sem uma razão que o valha, porque esse comportamento serve, sobretudo, para validar o dito popular: “quem procura, acha!”.
Invista em intenções e palavras válidas, em verdades construtivas e no desejo sincero de fazer dar certo o seu relacionamento. Assim, estou certa de que bem menos pessoas se sentiriam tão fragilizadas e com tanto medo de amar novamente se não fossem expostas a palavras tão dolorosas, verdades tão vazias e tão inoportunas.
Quando sentir vontade de disparar palavras contra o outro como se fossem tiros de espingarda, respire fundo, dê meia volta e vá embora… Mais tarde, com os ânimos menos alterados, certamente você conseguirá dizer o que precisa ser dito, sem cair na tentação de ferir para se defender do que quer que seja!
Em última instância, poupar um coração é sempre um grande ato de amor, especialmente nos momentos em que esta nos parecer a opção mais difícil!  




10 Grandes verdades sobre o amor

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Ideias e pensamentos que indicam boas maneiras de cultivar um relacionamento feliz e duradouro.

Texto • Redação / Triada.com.br

Amar a si mesmo para amar plenamente o outro
Saber quem é você de verdade é fundamental, afinal, só assim você pode descobrir o que lhe faz feliz e poderá também fazer feliz quem está ao seu lado. Autoestima e autoconhecimento são palavras-chave para uma vida amorosa plena.
 
Amor se cultiva todo dia
Amar é um exercício diário. Por isso, não espere apenas grandes momentos para demonstrar e retribuir afeto. Grandes gestos de amor são encontrados também em pequenas atitudes. Um afago repentino, uma ligação inesperada com palavras carinhosas, um jantarzinho sem motivo… Existem mil e uma maneiras de cultivar o amor no dia a dia.

Sua conduta diz muito do amor que cada um procura
Quem nunca ouviu por aí frases como “só atraio pessoas mentirosas” ou “só vivo relações complicadas”? Se isto acontece com você, mais do que o destino, karma ou coisa parecida, talvez seja hora de pensar se tal condição não é provocada por você mesma. Afinal, sua conduta diz muito sobre quem você escolhe como parceiro. Quem quer mudar sua “sina”, deve antes se autoanalisar e, quem sabe, modificar certos valores e padrões que condicionam tal escolha.
 
Confiança é a base de um relacionamento promissor
Confiança e respeito mútuo são indispensáveis para a construção de uma vida afetiva feliz. Exigir fidelidade e fazer cobranças são causas para brigas infindáveis. Quem confia oferta ao parceiro dois presentes de valores incalculáveis: liberdade e paz.
 
Saber conversar é uma arte
Atolados por nossas próprias convicções e verdades, muitas vezes ficamos surdos diante dos argumentos do outro. Mas, mais do que aprender ouvir, é preciso dedicar tempo, atenção e esforço em uma conversa. A todo momento, encontramos oportunidades de exercitar a comunicação e poder de compreensão, então, não deixe de se aprimorar.

Amar se aprende amando
Existe uma enorme diferença entre buscar a sabedoria e acreditar em um manual-padrão de amor. Afinal, assim como as nuances de personalidade são tão grandes que nada é tão branco-e-preto, os relacionamentos não podem ser classificados em duas ou três categorias. Procure sempre refletir e buscar suas próprias respostas e verdades. 
 
Obstáculos existem para serem enfrentados

É preciso saber dimensionar os problemas. Muitas pessoas desistem de lutar por um amor simplesmente porque o dia a dia não é tão cor-de-rosa quanto imaginavam. Mas o que elas não percebem é que ninguém vive um relacionamento isento de problemas, e se viver, Deus do Céu, que monotonia! Nas relações bem-sucedidas, as pessoas sabem lidar e superar estes desafios com coragem e compreensão.
 
Você tem o direito de ser feliz
Contentar-se com um amor “mais ou menos” pode ser válido e justificável para muitos, mas se você não se encaixa nesta categoria, corra atrás da sua felicidade sempre, mesmo que isto signifique percorrer caminhos mais tortuosos. Mas atente que esta felicidade muitas vezes não mora, necessariamente, fora do relacionamento que você já vive. O que vale sempre é investir no amor em que você acredita.

Não espere sempre um retorno
É natural que, ao demonstrarmos gestos de carinho, busquemos um certo reconhecimento. Mas temos de entender que nem sempre o outro está com a mesma disposição para retribuir na mesma proporção. Saber lidar com este tipo de situação em que não há retorno é uma forma de trabalhar um amor maior que vai além de gestos e frustrações. 
 
Só e bem acompanhado
Ser feliz mesmo estando sozinho é um grande passo para a felicidade conjugal. Apesar de requerer treino e, muitas vezes, ser desestimulado por nossa sociedade, ficar sozinho e aprender a lidar com esta condição é uma forma de se auto descobrir, ganhar mais autoestima e, ainda, ajuda a evitar aquela dependência nociva e pedante que algumas pessoas costumam ter com os futuros parceiros.
 

 

 

 




10 Atitudes positivas para o amor

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Cultivar um romance pede atenção diária – o que inclui boas doses de carinho, bom humor e compreensão. A seguir, descubra como colocar em prática essa verdadeira fórmula mágica.

Texto • Redação / Triada.com.br

Quando estamos apaixonados, esquecemos os espinhos das rosas e ficamos apenas com suas belas pétalas. Mas não dá para viver num conto de fadas para sempre: quando o sentimento amadurece e se transforma em amor, é chegada a hora de entender suas mil faces. Como escreveu o poeta português Luís de Camões, “amor é fogo que arde sem se ver… é dor que desatina sem doer”. O amor é harmonia e desentendimento, segurança e desconfiança, paz e desassossego.
Fortalecer esse sentimento tão contraditório, portanto, não é tarefa das mais fáceis – para ser cultivado e bem nutrido, todo e qualquer romance pede uma série de cuidados diários, como demonstrações de afeto, braços abertos, sorrisos sinceros e muita compreensão. Nas próximas páginas, a escritora e consultora em relacionamentos amorosos Rosana Braga sugere conselhos valiosos para quem quer viver um grande amor e ver seu sentimento florescer, hoje e sempre.

Tome atitudes para fazer o amor valer a pena
Queremos os amores intensos, as paixões avassaladoras e os encontros mágicos dos contos de fadas. Desejamos experimentar as sensações inebriantes nas quais os autênticos romances nos fazem mergulhar. Absolutamente compreensível tal aspiração, no entanto, é o que transforma brasas em fogueira e provoca as chamas excitantes que buscamos é a força de um sopro que realiza a alquimia do calor, transmutando-o em labaredas capazes de incendiar corpo, mente e coração. Não há fogueira que se sustente de fantasias e intenções apenas. É preciso alimentá-la, botar lenha. Isto é, se desejamos a dança sedutora do amor, é imprescindível que estejamos dispostos e aptos a dar o sopro. É essencial que tomemos atitudes, porque são somente nossas ações – focadas e objetivas – que nos possibilitam vivenciar aquilo que desejamos, seja lá o que for.

Procure a solução para os mal-entendidos
Fale sobre o que está lhe incomodando na relação. Situações mal-resolvidas se transformam em fantasmas e fantasmas assombram, isto é, fazem sombra… e as sombras encobrem a luz, apagam o brilho, absorvem o calor… Por isso, relacionamentos nos quais os mal-entendidos, os pensamentos que incomodam e os sentimentos escondidos se transformam em situações mal-resolvidas vão, inevitavelmente, ficando sem luz, sem brilho e sem calor… até que, negligenciado, o amor morre. Para que isso não aconteça, não deixe para depois. Resolva a questão, dissolva os pensamentos transformando-os em palavras. Fale. Exponha-se. Acabe com os fantasmas que assombram  seu amor!

Fantasias que aproximam
Um casal ou uma pessoa pode fantasiar muitas experiências que nunca se tornarão reais. E, daí, poderiam se perguntar: então, para que fantasiar? Aí está o segredo: ao se darem permissão para criar, inventar e desenhar situações, é bem provável que o desejo seja satisfeito. Nossa mente é poderosa o bastante para produzir sensações corporais muito semelhantes às que sentiríamos se estivéssemos realmente vivendo determinadas situações. Quando os casais acolhem as fantasias um do outro, fica evidente o aumento da cumplicidade, da intimidade e da confiança. O que, antes, era sentido como ciúmes, desconfiança e até raiva, pode ser transformado numa gostosa brincadeira, em mais chances de alcançar o prazer em todos os sentidos.

Mostre suas fragilidades e torne-se forte
Todos nós estamos expostos aos sentimentos difíceis: saudade, tristeza, desespero, sensação de abandono, ciúme, insegurança, ansiedade e solidão; assim como também estamos sujeito às maravilhosas surpresas da vida, à possibilidade de superar os momentos mais dolorosos e a experimentar ocasiões imperdíveis. Por isso, admitir que você pode estar enganado na forma com que vem agindo por causa do que sente (ou do que não tem se permitido sentir) é uma ótima demonstração de inteligência emocional, já que as relações que você vive devem servir justamente para isso: para apontar uma chance de se tornar mais integrado, coerente e humano. E o que seria o amor senão o exercício de nossa mais imperfeita e, ao mesmo tempo, tão fantástica humanidade, do modo mais explícito e verdadeiro possível?

Seduzindo a si mesmo
Para viver uma relação madura, o primeiro passo é mostrar ao seu par quem você realmente é, com todos os seus méritos e débitos. E para ter coragem o bastante de ser você, precisa reconhecer a importância da reciprocidade. Reciprocidade é troca, é dar-se ao outro e recebê-lo como ele é. Para tanto, depois de reconhecer o prazer de estar com ele, precisa fazer o mesmo consigo mesmo: conhecer-se, interessar-se por si, apaixonar-se pela sua singularidade. Caso contrário, terminará concedendo todo o espaço da relação para que o outro a ocupe e, em seguida, inevitavelmente ocupará o lugar de vítima. Você só poderá se sentir realizado, inteiro e autêntico quando aprender a reconhecer – e valorizar – sua verdadeira identidade. E tem coisa melhor do que se assumir de corpo e alma (e ser aceito exatamente desse jeito)?

Pare de falar a “língua do contrário”!
Você já reparou que quando a gente gosta muito de uma pessoa costuma usar um modo estranho de expressar os sentimentos? Parece que, de repente, a gente começa a falar a “língua do contrário”. A regra é mais ou menos assim: não mostre o quanto gosta do outro senão ele vai abusar de seus sentimentos e brincar com seu coração. Mas será mesmo que é melhor fingir e economizar afeto? Que não demonstrar mais amor é garantia de ser mais amado? Que quanto menos o outro se sentir correspondido mais vai gostar da gente? Isso tudo não lhe parece coisa de gente maluca? Não lhe parece demandar muito mais energia e causar muito mais desgaste? Pare de complicar e saiba que se, por acaso, esse jogo funcionar, é porque a relação não está madura, não há espaço para a confiança, o respeito e a liberdade de expressão sem que haja o risco de ser ferido deliberadamente. Seja claro. Seja transparente, para que o amor possa ser, enfim, não um jogo, mas uma feliz e gostosa evidência!

O amor está nos detalhes
São sempre os detalhes que fazem a diferença, em todos os sentidos! Numa construção, num desenho, num corte de cabelo e, igualmente, num relacionamento, são os detalhes que vão atestar se algo está realmente bom ou não! Lembre-se sempre disso, pois a correria do dia-a-dia muitas vezes nos faz esquecer dos detalhes e passamos a vida toda vivendo somente o superficial e acreditando que o resto… são meros detalhes. Não nos damos conta de que nesses meros detalhes está nossa felicidade. Não percebemos que, muitas vezes, um “simples” sorriso é capaz de nos transmitir tanta força, que um “mero” abraço nos traz tanta alegria, que “apenas” um olhar, em alguns momentos, significa tanto carinho… A vida passa muito rápido e os detalhes, que por vezes nos parecem tão pequenos, são o que realmente levamos dessa vida; são os detalhes que preenchem as lembranças que jamais esqueceremos!

Você realmente sabe conversar com a pessoa que ama?
Conversar significa que um fala e o outro ouve e depois um ouve e o outro fala. Definitivamente, não é diálogo quando um só fala e o outro só ouve. Mas, pior do que isso é quando os dois falam e nenhum dos dois ouve. Infelizmente é o que mais acontece nas relações. Os dois estão abarrotados de suas próprias verdades, atolados de suas próprias convicções e, portanto, indisponíveis para se interessar pelas verdades e pelas convicções do outro. Por isso, antes de tentar impor sua verdade ao outro, que tal, por um dia que seja, ficar realmente atento ao que ele tem a lhe dizer… realmente ler seu coração e respeitar seus sentimentos? Afinal, é na capacidade de ponderar, refletir e aceitar o fato de que uma verdade é apenas um ponto de vista que está o verdadeiro exercício de amor, tão escasso em nossas vidas ultimamente!

Agradar o outro ou agradar a si mesmo?
Na dinâmica da conquista, há que se cuidar para não ignorar o tênue limite entre agradar o outro e desagradar a si mesmo. É preciso aprender a encontrar o equilíbrio, cedendo e se impondo simultaneamente, num ritmo saudável e evolutivo. É possível, portanto, que ao tentar agradar o outro, você perca a dimensão do “nós” e termine considerando apenas os desejos dele. Se o desequilíbrio acontecer, você termina abrindo mão de seus desejos para deixar que o outro exerça a vontade de forma soberana. Um só provém e o outro só usufrui. Valendo ressaltar que não há culpados ou inocentes, já que, por mais que reclamem, ambos aceitam o lugar ocupado e agem de modo a reforçá-lo. Deixá-lo decidir aonde ir e o que fazer porque se omite. Se você tem medo de se mostrar, porá fim a qualquer possibilidade de vínculo e cumplicidade. Não abra mão de suas vontades e nem vista a carapuça da submissão.

Não precisa ser para sempre, mas precisa ser até o fim!
O “para sempre” não é magia nem tampouco um tempo que preexista. Ele é conseqüência. Nada mais que conseqüência de uma sucessão de dias, vividos minuto por minuto. Quanto ao amor, tem gente que acredita que só é de verdade se durar “até que a morte os separe”. Outras apostam no “que seja eterno enquanto dure”. Eu, neste caso, admiro a coragem de quem vai até o fim, de quem se entrega inteiramente ao que sente, de quem se permite viver aquilo que seu coração pede até que todas as chamas se apaguem. É por isso que insisto: muito mais do que nos preocuparmos com o “para sempre”, precisamos começar a investir no “até o fim”, para que o “agora” tenha mais significado, para que as intenções, as palavras, as atitudes e todos os recomeços façam parte de uma história mais sólida, que realmente valha a pena. Tempo em que você terminará descobrindo que a vida tem seu jeito misterioso de fazer o amor acontecer, mas que – no final das contas – feliz mesmo é quem, apesar de tudo, tem coragem de ir até o fim!




Ter razão ou ser feliz?

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Quando as briguinhas do dia a dia começam a desgastar um relacionamento, uma simples mudança de olhar pode ser o princípio de uma profunda e edificante mudança.

Texto • Rossane Costa / Triada.com.br
 
A questão que dá título a este artigo foi trazida por uma amiga, quando nos encontramos em suas férias. Férias do marido, da vida, dos projetos profissionais, e segundo ela, da própria existência. Parte de tudo que mais a entristecia, vinha do casamento. Parte de tudo que mais a alegrava também.
“Ele não me ouve”, “ele não se interessa pelos meus problemas”, ele, ele, milhões de “ele” na conversa. Sem mencionar os clássicos de eterna discussão, como a pasta de dente aberta ou o lixo que, mais uma vez, “ele” nunca levava para fora. Eu poderia adivinhar as reclamações dele em relação a ela: “ela tem humores saltitantes”, “conversas intermináveis”, ela, ela, ela… E as clássicas reclamações masculinas, como a calcinha secando no box…
Quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente de tê-la ou não. Não que isto esteja completamente errado. Não se trata de abolir a razão e buscar a felicidade por meio da aprovação do outro a qualquer custo. Também não tem nada a ver com deixar de expressar as opiniões. Atitudes como estas poderiam acarretar muitas injustiças. Trata-se de avaliar quando realmente é necessário argumentar pela razão e quando isso é apenas uma perda de energia desnecessária, que compromete nosso bem-estar.

Casamento de ideias
Por que, afinal, buscamos o casamento? Porque queremos ser amados, ser aceitos, viver a grande experiência de amar. Atraídos por esta ideia, saímos à caça. E sem nenhuma preparação, arrumamos um ser humano para chamar de benhê, queridão, fazer uns dois, três filhos, e desempenhar o papel de cônjuge dedicado, com as tarefas cumpridas, os filhos gordos e rosados, casa limpa, lasanha no domingo, peru no Natal… E, assim, passarmos a vida, reclamando na cozinha, de tudo o que o benhê não é e, se olharmos bem de perto, jamais foi.
O casamento tornou-se uma lista interminável de tarefas que o outro não realiza. Cada um tem a sua. E para cada item da lista, uma explicação comovente sobre a infelicidade provocada pela tampa da pasta de dente aberta ou pela calcinha no box… Isto é bem mais comum do que se pensa e acontece no casamento de gente muito mais legal ou descolada do que eu ou você. Ou seja, caímos todos na mesma rede: casamentos biológicos, como nossos pais, nossos avós e bisavós.
O que há, então, para ser vivido que não nos contaram? Se o casamento nos oferece a grande chance de aprendermos a amar e a compartilhar, como é que o meu estado de alma mais sutil se altera tão rapidamente ao passar pela tampa do vaso sanitário aberta? Com o que estou me conectando? E mais do que tudo isso, o que é o amor, afinal?
As respostas não são tão simples, mas existem algumas pistas esclarecedoras. Vale a pena pensar, por exemplo, que o amor não é uma propriedade a ser guardada, mas uma fragrância a ser compartilhada. Segundo o mestre espiritual, pensador e esotérico greco-armênio Georgii Ivanovitch Gurdjieff (1877–1949): “tudo o que guardei, perdi. E tudo que eu dei, é meu e ainda está comigo”.

Outra pista nos é fornecida pelo guru Osho, um dos mais influentes líderes espirituais do século 20: “compartilhar é uma das maiores virtudes espirituais.” E para compartilhar dentro do casamento, é preciso tornar-se “nada”. Quando você começa a achar que é alguém, fica iludido consigo mesmo, e o amor não flui mais. O amor só flui de alguém que é ninguém. O amor habita somente no nada. Quando você está vazio, há amor. Esse é o significado de ser humilde.
O amor torna-o ninguém, o amor tira-o do seu chão, o amor destrói seu ego completamente e lhe dá uma nova vida: humilde, simples, uma vida na qual Deus pode atravessar e a música do amor fluir através de vocês.
A vida é assim. Não mude de casamento, mude seu olhar sobre ele. “Seu amado é apenas uma ponte para você viver a maior experiência: o amor por toda a existência. Deixe seu anseio profundo ser uma busca pelo seu próprio ser interior. Lá o encontro com você mesmo já está acontecendo.” Mude o foco: do benhê para o amor, para o que há entre vocês. A diferença está na perspectiva escolhida e não no objeto examinado.
Eu tenho uma mestre que, ao presenciar uma discussão, sempre diz: “Vocês dois estão certos.” Então, só nos resta mesmo ser felizes. 

 




O sexo não está bom. O que fazer?

E aí, a culpa é de quem? Sua? Dele? Da correria do dia a dia? Se a sua vida sexual anda meio capenga, pode valer a pena procurar a ajuda de um profissional. Saiba mais.

Texto • Denise Moraes / Triada.com.br
 
Aquelas cenas de sexo perfeitas, em que o casal rola abraçado sobre lençóis de cetim, enquanto uma música sexy e romântica toca ao fundo, são menos comuns do que deveriam. Já aconteceu com você? Pois é, nem comigo. Provavelmente nem com 90% da população mundial. Ok, talvez tenha acontecido uma ou outra vez na vida de cada um, e eu estou sendo generosa.
O fato é que somos manipulados a imaginar uma vida sexual de “conto de fadas” – e a realidade é bastante diferente. Mas, se a sua vida sexual realmente está abaixo das suas expectativas, talvez seja a hora de procurar ajuda para solucionar este problema – e salvar a sua relação.

Falamos com o psiquiatra Geraldo Ballone, responsável pelo site PsiqWeb (www.psiqweb.med.br), para tirar dúvidas sobre as “crises” sexuais que, uma hora ou outra, pousam na vida a dois.

Doutor, entre seus pacientes, quais as queixas mais frequentes?
Entre as mulheres, o próprio desinteresse sexual. Em segundo lugar, a falta de prazer e a insatisfação nas relações – que ocorrem, muitas vezes, contra sua vontade. O desinteresse do parceiro vem em seguida, bem como a insatisfação com o desempenho dele. Normalmente, ele é do tipo “apressadinho”.
Já entre os homens, a principal queixa é a insatisfação com o próprio desempenho. Aquela famosa frase “doutor, ando meio desanimado em relação ao sexo”. Em seguida, vem a queixa de que sua parceira não o satisfaz o suficiente e outros problemas comuns, como ejaculação precoce.

Quais são os fatores que mais atrapalham a vida sexual de um casal?
A grande maioria padece sexualmente quando uma das partes do casal (ou ambas) não está emocionalmente bem. Tédio, monotonia e mesmice são os grandes inimigos da atividade sexual. Em termos de atitude, a falta de diálogo sobre essa questão é o fator decisivo. E, por incrível que pareça, um outro fator importante é a desinformação sobre a sexualidade do parceiro ou parceira. Os homens devem saber mais sobre a sexualidade feminina, e vice-versa.

As pessoas tendem a apontar frigidez ou impotência como os motivos de não terem satisfação sexual. Qual a diferença entre problemas de “função sexual” e “satisfação sexual”?
No público feminino, esta questão realmente se confunde. Para as mulheres, a falta de satisfação chega a ser lamentada como frigidez. O que é um erro, pois a satisfação sexual é que está alterada, nula ou diminuída. Mas ela consegue ter relações mesmo assim. Logo, sua função sexual existe normalmente, só não é satisfatória. Nos homens, o problema é mais complexo. Alguns teriam satisfação sexual se tivessem relações, entretanto, não conseguem ter relações por transtorno da função sexual – a falta de ereção. No caso, é impossível levar a relação adiante.

Se o sexo não está bom, o casal deve procurar ajuda profissional imediatamente?
Ao procurar ajuda, a intenção evidentemente é boa. Mas é preciso tomar cuidado para encontrar um profissional adequado. Em alguns casos, o trabalho de um psicólogo pode ajudar. Em outros, é a orientação de um sexólogo que é necessária. Se o casal optar por conversar entre si (e bem francamente) sobre as aspirações, necessidades, limitações e frustrações de cada um, pode funcionar tão bem ou melhor do que uma terapia.

O que o senhor, como psicólogo, costuma recomendar às pessoas que o procuram em seu consultório?
De início, procuro mostrar que o amor deve ser um sentimento que engloba outras coisas além da sexualidade. Um fator que se constata com frequência é que muitas pessoas estão descontentes com a própria sexualidade porque não se encaixam em um “modelo sexual ideal” – culturalmente falando. Elas não estão descontentes com um motivo real. Estão descontentes porque não conseguem seguir o modelo que a sociedade acha que ele ou ela deveria seguir para ser feliz. A mulher não precisa, necessariamente, buscar um desempenho sexual parecido com o que dizem suas colegas do cabeleireiro. E o homem não precisa se sentir diminuído se o desempenho que os amigos contam ter for maior.
Muitas vezes, um homem cuja performance sexual gira em torno de uma relação a cada 15 dias me procura querendo melhorar seu desempenho e, simultaneamente, sua mulher me pede para não mexer nesta questão, por estar muito satisfeita com a situação. Faltou conversar e saber, de fato, quais as pretensões de cada um. De qualquer forma, quando a situação merece, costumo investigar com o casal quais aspectos podem ser melhorados na excitação de ambos.

O que todo homem e mulher devem sabem para manter uma boa vida sexual?
Uma coisa importante para os homens saberem é que a mulher experimenta seu prazer de noite na cama de acordo com a maneira com a qual o homem a trata desde o café da manhã. Um diálogo ríspido e mal criado durante o dia desestimula qualquer mulher a ter prazer à noite. Devem saber também que, para a mulher, a penetração é apenas uma parte do ato sexual, e nem sempre a mais importante.
As mulheres, por sua vez, devem saber que a ordem de suas atenções deveria ser a seguinte: ela mesma, seu marido, seus filhos e sua casa. A inversão dessa sequência compromete seu casamento. Por causa disso, escutamos lamentações da separação da seguinte forma: “doutor, não sei o que fiz de errado em meu casamento, pois me dediquei a vida toda a meus filhos, minha casa e meu marido”. Eu sei, minha senhora, o erro foi a ordem de sua dedicação.
E todos devem saber, ainda, que tomar a iniciativa das estripulias sexuais, quando ambos estiverem harmonicamente entrosados, não compromete sua moral. Aliás, em termos sexuais, parece que a maioria dos que estão satisfeitos costuma, nessa hora, deixar boa parte do moralismo para fora do quarto.

Qual é o ponto principal a se observar para que o casal se dê bem na cama?
Há um ditado em psiquiatria: “quem está bem consigo mesmo, não incomoda (nem se incomoda com) os demais”. Isso significa que se uma das partes do casal não estiver emocionalmente bem, seguramente incomodará e se incomodará com o outro. A melhor vida sexual para o casal é aquela em que os dois estão satisfeitos, e isso nem sempre depende da frequência ou do número de orgasmos.
 




10 Mentiras sobre relacionamentos

Sabe aquelas ideias comuns que a gente costuma aceitar sem refletir, tipo “os homens são todos iguais”? Elas podem ser reescritas a qualquer momento. Confira!

Texto • Redação / Triada.com.br

É impossível esquecer uma grande paixão
Recordar com carinho e ter boas lembranças de pessoas que marcaram de forma especial nossa vida é normal e saudável. Mas quando se passam anos e a paixão não diminui e ainda impede seu envolvimento com outras pessoas, é caso de pensar em buscar ajuda psicológica. Então, se for preciso, não tenha preconceitos em tomar uma atitude deste tipo: isto só demonstra maturidade em lidar com próprios problemas.
 
Vale apostar na mudança do outro
Acreditar que no futuro a pessoa tende a melhorar certos comportamentos que hoje lhe parecem desagradáveis, só porque você quer, é uma grande armadilha. Pense o quanto já é difícil mudar nossos próprios hábitos. Agora, imagine querer fazer isso no outro… A meta de mudar o parceiro deveria ser reinterpretada como uma oportunidade de mudança em nós mesmos, para que assim, descobríssemos uma forma da amar o outro do jeito que ele é.
 

Demonstrar os sentimentos é sinal de fraqueza
Você faz um bem danado a si mesmo quando é coerente com os próprios sentimentos. Por exemplo, se depois de levar um fora, começar a chorar e implorar pela retomada da relação e mesmo assim não surtir efeito, não se sinta mal por ter feito este papel. Ao liberar seus sentimentos, apostou suas últimas fichas e ainda aliviou seu coração. 
 
Quando ainda há briga, há amor
Para uns, brigar é como um combustível, uma pimenta na relação. Mas se as brigas são frequentes, este toque especial é perdido. Neste caso, estresse e desrespeito são consequências certas. Então, se os conflitos já passaram a fazer parte da rotina, não se iluda com frases do tipo “se ele briga comigo é porque se preocupa”, a menos que você goste de uma relação assim.
 
Seja sincero sempre
Tem gente que acha uma grande qualidade falar tudo o que passa pela cabeça, afinal, sinceridade é uma característica muito alardeada. Mas realmente não é a todo momento que a sinceridade é bem-vinda. Às vezes, a pessoa só está esperando uma palavra de consolo e carinho e suas palavras “honestas” só vão piorar a situação. Por isso, colocar-se no lugar do outro é uma boa medida para saber quando a franqueza é mesmo válida.

Seremos felizes depois do casamento
O casamento pode ser um momento mágico na vida, mas acreditar que os problemas de relacionamento vão passar como em um passe de mágica é, sem trocadilhos, pura ilusão. Se as brigas são uma realidade desgastante no seu namoro e você vê no outro alguns defeitos insuportáveis, depois de casar, some outros ingredientes explosivos como problemas de convivência, de divisão de tarefas etc.
 
Se o relacionamento acabou, é porque o amor nunca existiu
Não desmereça o amor que você viveu, mesmo que tenha durado algumas poucas semanas. Se a relação foi intensa, te fez feliz, mas terminou mal, tente deixar de lado as mágoas e guarde apenas os momentos bons, afinal, toda história de amor é legítima, se houve entrega e cumplicidade.
 
Todos os homens (mulheres) são iguais
Acreditar neste tipo de generalização e não conseguir perceber as infinitas nuances da personalidade humana que não distinguem os sexos e tornam cada pessoa única em certos aspectos indica uma imaturidade emocional e, muitas vezes, também esconde o medo de lidar com os próprios sentimentos e se entregar de verdade em uma relação.
 
Para traição não há perdão
Aceitar certos padrões sociais e de pensamento que não condizem com o que você sente é, no mínimo, uma tolice e um ato de covardia contra si próprio. Se você foi traído, mas quer dar uma segunda chance ao parceiro, vá em frente, afinal, é sua felicidade está em jogo.
 

O amor surge do convívio
Assim, isolada do seu contexto, esta frase parece ter saído de um livro do século 18, mas ao contrário do que parece, tem muita gente que deposita suas fichas nesta possibilidade. Realmente, o amor pode ser construído de várias maneiras, mas vale pensar se, quando não há nem uma fagulha de atração física, admiração ou vontade de estar com o outro, fica bem difícil florescer algo maior.