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O PODER DA FALA E SUA IMPORTÂNCIA NA TRADIÇÃO YORÙBÁ

Você certamente já ouviu aquele ditado “cuidado com o que você fala, pois nossas palavras tem forças”, e para o Culto aos Òrìṣà, entre outros de origens Yorùbá, isto é um dos pilares básicos da tradição:

– O ensinamento de forma oral;
– Os ritos através da fala;

Quando encontramos um praticante rezando, cantando ou invocando, são exemplos do nosso cotidiano que nos faz reconhecer que a fala tem poder, tanto de forma positiva ou negativa.

• Professor – Awo Ifá Leké Eduardo Henrique

A Religião Yorùbá, assim como o Candomblé, são tradições orais, onde reina mais a fala do que a própria escrita, por isto que os antigos afirmam que há certas coisas que somente pode ser aprendida por quem está disposto a vivenciá-las. E por isto vale ressaltar que nesta matéria não será possível ensinar tudo, pois há certas coisas que depende de vivências e iniciações, mas será passado de forma objetiva algumas reflexões e significados de alguns certos tipos de práticas muito comum no Candomblé, Culto aos Òrìṣà e Ọ̀rúnmìlà-Ifá, embora alguns praticam, nem todos sabem o que significa e para quê serve àdúrà, oríkì, ọfọ̀, ìtàn, e orin, saberia responder o que isto teria de ligação com a fala?… O número de pessoas preocupadas em aprender além dos fundamentos, o idioma yorùbá, tem-se aumentado, o que é muito importante para a evolução das religiões de matrizes africanas no Brasil.

Não saber o mínimo de uma língua materna de uma religião ou cultura no qual pertence, faz com que muitos sacerdotes ou sacerdotisas acabem cantando e recitando rezas que muitas vezes não significam, exatamente, o que pretendia dizer. Estudar as origens é muito importante, conhecimento nunca é demais e principalmente quando alguém quer ensinar ou cuidar de outras pessoas.

Eu costumo dizer que a religião yorùbá, é cercada de riquezas na fala, tanto nos ensinamentos, como nas magias e devoções, vejamos;

• Oríkì

Certamente é algo que faz parte do cotidiano de quem é devoto dos Òrìṣà, na tradição de Ọ̀rúnmìlà-Ifá não saber oríkì, é a mesma coisa do que ir numa missa católica, sendo católico e não saber um Pai Nosso.

Oríkì são textos utilizados para louvar os Òrìṣà(s), porém são recitados de maneira parecidas como os poetas que recitam suas poesias. Alguns expressam de forma lenta e tranquila, outros um pouco mais rápido e enérgico. A palavra oríkì, segundo os dicionários de língua yorùbá, significa poesia. Trata-se de um texto escrito em verso com a finalidade de louvar as divindades ou ancestrais divinizados.

Analisando o oríkì, podemos perceber que tem como objetivo, quase sempre, apresentar qualidades e características do Òrìṣà, exaltar seus feitos, chamá-los por seus nomes de elogios, títulos, além de fazer alusão a alguma história ou lenda envolvendo aquela divindade, porém de forma mais poética.

Oríkì também pode ser usado com outras finalidades, tais como: clamar, pedir, agradecer. Em muitas famílias tradicionais costuma ser usado durante as iniciações e assentamentos.

Vejamos, como exemplo, um oríkì muito conhecido e utilizado em algumas famílias para o Òrìṣà Èṣù.

• Òríkì fun Èṣù

“Èsù òta Òrìsà.
Osétùrá ni oruko bàbá mò ó.
Alágogo Ìjà ni orúko ìyá npè é,
Èsù Òdàrà, omokùnrin Ìdólófin,
O lé sónsó sí orí esè elésè
Kò je, kò jé kí eni nje gbé mì,
A kìì lówó láì mú ti Èsù kúrò,
A kìì lóyò láì mú ti Èsù kúrò,
Asòntún se òsì láì ní ítijú,
Èsù àpáta sómo olómo lénu,
O fi okúta dípò iyò.
Lóògemo òrun, a nla kálù,
Pàápa-wàrá, a túká máse sà,
Èsù máse mí, omo elòmíràn ni o se.
Ase.”

• Tradução:

“Èsù, o inimigo dos Orixás
Osétùrá é o nome pelo qual você é chamado por seu pai.
Alágogo Ìjà é o nome pelo qual você é chamado por sua mãe.
Èsù Òdàrà, o homem forte de ìdólófin,
Èsù, que senta no pé dos outros.
Que não come e não permite a quem está comendo que engula o alimento.
Quem tem dinheiro, reserva para Èsù a sua parte,
Quem tem felicidade, reserva para a Èsù sua parte.
Èsù, que joga nos dois times sem constrangimento.
Èsù, que faz uma pessoa falar coisas que não deseja.
Èsù, que usa pedra em vez de sal.
Èsù, o indulgente filho de Deus, cuja grandeza se manifesta em toda parte.
Èsù, apressado, inesperado, que quebra em fragmentos que não se poderá juntar novamente,
Èsù, não me manipule, manipule outra pessoa.”

Ao analisarmos o oríkì citado, conseguimos encontrar um nome, título, louvação que ressalta fatos de uma sociedade, de uma família ou até mesmo de qualidades. Embora possa parecer algo tão fácil de acesso, porém não costuma ser. Há muitos oríkì(s) que são pertencentes a uma família e são passados apenas para iniciados ou com um certo tipo de autorização, e isto com o objetivo de preservação do segredo e particularidades de uma tradição familiar. Particularmente os oríkì(s) que são fechados, específicos da minha família, eu não costumo ensinar, porque não teria lógica alguém usando uma herança cultural do qual nem faz parte.

Eduardo Henrique recitando oríkì.

O PODER DA FALA É ALGO QUE ME IMPRESSIONA

Sempre quando eu acordo, estou saudando meus ancestrais, meu Orí, minha família espiritual, a natureza, os Òrìṣà e Olódùmarè. Só por ter o privilégio de poder acordar, é motivo suficiente para agradecer. Quem não agradece e não valoriza o que possui, nunca conseguirá o que ainda não tem. As rezas, as orações e louvores, não são palavras quaisquer, é uma forma de elevar nosso Orí, nossa própria consciência até o Òrun (céu). As vezes quando estou chateado com alguma coisa ou meu dia está sendo ruim e chega o momento de rezar, é comum eu me perder no tempo e quando paro pra ver, já se passaram mais de duas horas, o àṣẹ é instantaneamente, me sinto revigorado e bem diferente do que quando comecei, se eu estava mal, acabo nem me lembrando mais o motivo, as orações e cantigas fazem a nossa alma respirar, é a declaração do que prefere pra sua vida. Quando estamos negativos, rezar é uma forma de alívio, ajuda a liberar através da fala coisas ruins que poderiam nos deixar mal, fluídos ruins são repelidos, já presenciei por diversas vezes casos de pessoas que conseguiram obter a cura apenas rezando. As rezas tem poderes incalculáveis, há rituais em que rebatemos feitiços lançados contra nós somente através da fala. Na Cultura de Ifá, o bàbáláwo também benze, eu lembro que antes da minha iniciação religiosa eu estava com muitas dores de cabeça e meu sacerdote, de imediato rezou minha cabeça e assoprou um pó que na mesma hora eu não senti mais nada, estava leve! Mas devemos lembrar que a cura não depende apenas daquele que resolve ajudar, também depende daquele que resolveu pedir ajuda, porque a palavra final é sempre do espiritual.

• Ọfọ̀

Diferentemente do que o oríkì, este não pode ser praticado por um leigo ou apenas por quem tem devoção, requer um preparo. O ọfọ̀ é uma palavra de origem yorùbá que possui os significados de encantamento, potencialização ou magia.

Na sociedade de Ifá, é possível encontrarmos bàbáláwo que usam muito de ọfọ̀ para encantar amuletos de proteção, potencializar banhos e muito mais! O ọfọ̀ pode estar contido numa única palavra, ou num texto por completo formado por muitas palavras, mas é preciso ter uma iniciação religiosa adequada para usuá-los, por isto quando cumprimentamos alguém que possui sacerdócio religioso, é dito como reposta algumas palavras no intuito de abençoar, mas não costumam ser as mesmas ditas pelos os iniciantes. Se um praticante não tiver alinhado e nem pertece aquele caminho, não adiantará absolutamente nada saber um ọfọ̀ e como deve pronunciá-lo.

Quando um membro pertencente a comunidade de Ifá diz “Àbọ́rú, Àbọ́yẹ́, Àbọ́ṣíṣẹ“, o bàbáláwo ou quem for mais velho religiosamente responde o cumprimento afirmando: “Ogbó atọ́, àsúre, Ìwọ̀rìwòfún”, uma forma de abençoar usando um dos odù, pode ser traduzido como: “Que você possa viver por muito tempo, tendo uma excelente saúde e sendo abençoado por Ìwọ̀rìwòfún”. Existe outras formas de responder, mas o uso desta foi para trazer como exemplo a presença do ọfọ̀ nos cumprimentos.

Para o dicionário yorùbá, o ọfọ̀ é um “feitiço, encantamento feito para dar alívio à dor” (BENISTE, 2014). O ọfọ̀ pode ser classificado como um dos tipos de medicina religiosa yorùbá, porque através de alguns deles se torna possível remediar uma doença na alma do indivíduo. Pierre Veger (on-line), no seu artigo “A sociedade ẹgbẹ́ ọ̀run dos àbíkú, as crianças que nascem para morrer várias vezes”, relata sobre um encantamento de folhas utilizadas no ritual de àbíkú:ewé idí[2]”, cujo ofò de encantamento é: “ewé idí lórí kí ọnò ọ̀run tẹ̀mí odi”[3].”

Podemos afirmar que o ọfọ̀ é um dom dado por Olódùmarè, carregado de àṣẹ. Encontramos em Raji (1991) e em AJAYI (on-line), alguns ọfọ̀ categorizados com diversas intenções diferentes. Vejamos;

ọfọ̀ iba para o pagamento de homenagem;
ọfọ̀ afose para o que é dito acontecer;
ọfọ̀ aforan para escapar de infortúnios;
ọfọ̀ afero para atrair pessoas/clientes/pacientes;
ọfọ̀ aparo para servir como antídoto de veneno;
ọfọ̀ arobi para se livrar de calamidades;
ọfọ̀ awure para chamar boa sorte;
ọfọ̀ isoye para ativar memória;
ọfọ̀ maadarikan para a auto defesa;

Mas é necessário ressaltar que não existe ọfọ̀ apenas de defesa, proteção, curas e prosperidade, há aqueles que servem para atacar/atingir pessoas de forma negativa, mas o nosso intuito não é julgar o que é errado e certo, apenas entender melhor sobre o poder da fala no culto yorùbá. Os encantamentos utilizados para o mal e para a destruição têm os seguintes nomes: ogede e aasan conforme assinala Bade Ajayi em seu artigo intitulado de ”The stylistic significance of focus constructions in the ofo corpus”.

• Àdúrà

O àdúrà é o nome dado as rezas recitadas em cânticos para o Òrìṣà. Pode ser considerado um tipo de louvor cantado, quase sempre, entoado de forma mais cadenciada e tem como principais objetivos, não tão-somente a devoção, mas pode ser utilizado para agradecer por dádivas recebidas; pedir socorro ou perdão; chamar. Segundo Beniste (2014) em seu dicionário yorubá/português: àdúrà é o mesmo que oração, súplica. Vejamos, a seguir, o àdúrà para o Òrìṣà fun Ọbà. Nele é possível encontrar, de modo claro, dois dos objetivos acima enumerados: o primeiro, de suplica e o segundo, de exaltação de atributos e características da divindade.

• Àdúrà fun Ọbà:
Ọbà mo pẹ o o
Ọbà mo pẹ o o
Sare wa jẹ mi o
Ọbà ojowu aya Ṣàngó sare
Wa gbọ àdúrà wa o
Enì n wa owó, ki o fún ni owó
Enì n wa ọmọ, ki o fún ni ọmọ
Enì n wa àláfíà, ki o fún ni àláfíà
Sare wa jẹ mi o.

• Tradução:
Ọbà eu te chamo
Ọbà eu te chamo
Venha logo me atender
Ọbà, mulher ciumenta esposa de Ṣàngó, venha correndo
Ouvir a nossa súplica
A quem quer dinheiro, dá dinheiro
A quem quer filhos, dá filhos
A quem quer saúde, dá saúde
Venha logo me atender.

• Orin

A palavra orin significa cântico (cantiga) e serve para se referir a qualquer música, que seja, para fins religiosos ou não. Dentro da Religião Yorùbá e no Candomblé, o seu uso é muito comum principalmente em dias de festivais.
No Candomblé os orin(s) são usados no ṣiré (festa) de um ou de vários òrìṣà(s). A seguir, como exemplo, apresentaremos um orin para o Òrìṣà Èṣù.

• Orin em Yorùbá
ELÉGBÁRA RÉWÀ, A SÉ AWO.
ELÉGBÁRA RÉWÀ, A SÉ AWO.
BARÁ OLÓÒNÒN ÀWA FÚN ÀGÒ.
BARÁ OLÓÒNÒN ÀWA FÚN ÀGÒ

• Como pronunciar:
Êlêbára réuá a xê auô
Êlêbára réuá a xê auô
Bará olonã auá fum agô
Bará olonã auá fum agô

• Tradução:
O Senhor da Força é bonito, vamos cultuá-lo,
O Senhor da Força é bonito, vamos cultuá-lo
Exu do corpo, senhor dos Caminhos dê licença.

• Ìtàn

Algo em comum em diversas religiões do mundo, é que em cada uma delas tem histórias de suas crenças e são cercadas de mitologias. No Culto de Òrìṣà, Ifá e Candomblé, também possui suas riquezas nos ensinamentos que são passados. A diferença é que a tradição é muito oralizada, pois não existe um livro sagrado em específico no qual todos se baseiam como os judeus com a Torá e os mulçumanos com o Alcorão. Há livros de pesquisadores e praticantes que passam seus conhecimentos e vivências adquiridas, mas não é o caso de um livro onde a religião toda se baseia e se volta para ele. Os costumes familiares costumam reinar muito na África, por isto até mesmo brasileiros quando vão para Nigéria, costumam ter que anotar todas as histórias e ensinamentos que vão aprendendo, por ser uma tradição muito oralizada.

Conforme Beniste (1991), a palavra Ìtàn se traz pelas expressões portuguesas: mito, história e biografia. No entanto, seu significado vai muito além de meras histórias e de mitos fantasiosos. De acordo com Hawany (2017), Em quase todas as civilizações do mundo, as epopeias e os poemas épicos serviram como os primeiros registros do homem a seu respeito, a respeito dos seus grandes feitos e sobre os lugares onde esteve inserido e atuante. Quem não ouviu falar em “Ilíada” e “Odisseia” de Homero e em “Os Lusíadas” de Luiz Vaz de Camões? Estes são apenas três grandes exemplos dentre as dezenas de outros textos autorais e anônimos dos quais se tem conhecimento. Assim como os poemas épicos, o ìtàn, por sua vez, cumpre o papel de falar sobre o homem, sobre os seus feitos heróicos (ou não), sobre os lugares por onde passou e viveu, mas também a respeito de sua relação com o sagrado e o divino[4].

Cada tabus, dogmas, costumes, histórias, são aplicados segundo os costumes de cada sociedade, de cada família, de cada tribo. Vejamos, a seguir, um exemplo de Ìtàn, no qual, Ifá nos ensina que um verdadeiro amigo não é aquele que está presente apenas quando há benefícios ou momento de alegrias, mas é aquele que está presente até mesmo no momento de tristezas e partidas em nossas vidas. Um amigo não demonstra lealdade apenas quando estamos por perto.

O Odù Ogbe Irete traz reflexões sobre a lealdade. Segundo este Odù, Orúnmìlá tinha dúvida sobre a amizade e lealdade dos outros Òrìṣà. Orúnmìlá pediu para seus filhos que anunciassem, falsamente, pela cidade, que ele havia morrido. Foram à casa de todos os Òrìṣà para comunicar o falecimento do Grande Adivinho. O que os filhos perceberam nas reações dos Òrìṣà foi a indiferença. Faltava a casa de Èsù. Este, quando recebeu a notícia, demonstrou profunda tristeza, pois considerava Orúnmilá um grande amigo e era muito grato pela ajuda que lhe dispensava. Ele nunca havia raspado sua cabeça e, como tributo ao amigo, pediu aos discípulos para fazer isso. Os filhos de Orúnmìlá foram contar ao pai o fato que ocorria na casa de Èsù. Orúnmìlá pediu aos discípulos que fossem imediatamente à casa de Èsù para interromper a raspagem, explicando que ele não estava morto e que aquilo era uma encenação para conhecer a lealdade e amizade dos Òrìṣà, porém a sua cabeça já estava quase toda raspada. A partir de então, o Grande Adivinho determinou que não manteria amizade com os outros Òrìṣà e que seria apenas amigo de Èsù, o único que demonstrou lealdade verdadeira.

Embora o ìtàn pareça uma história fabulosa, há sempre uma lição de vida, algo a ser aprendido, uma forma de reflexão. Os bàbáláwo(s) tem o costume de contar histórias quando consultam Ifá, na maioria das vezes elas ajudam o consulente a entender melhor a si mesmo ou saber quais escolhas devem ser seguidas. Os ìtàn(s) são muito utilizados pelo povo yorùbá para formar, nos mais jovens, os conceitos de comportamentos e para registrar e exaltar os feitos de ancestrais sacralizados. Há muitos ìtan(s) que personificam animais e coisas, são usados, quase sempre, como grandes metáforas que servem para a construção de condutas sociais bem verdadeiras.

Referências:

AJAYI, Bade. The stylistic significance of focus constructions in the ofo corpus. Disponível em: http://studylib.net/doc/7507743/the-stylistic-significance-of-focus-constructions. Acesso em: 16/02/2017.

BENISTE, José. Dicionário yorubá / português. 2.ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014

OLIVEIRA, Altair B. Cantando para os orixás. 4.ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2012.

RAJI, S. M. Ìjìnlẹ̀ ọfọ̀, ògèdè àti àásán. Nigéria/ìbàdàn: Onibọnoje, 1991.

VERGER, Pierre Fatumbi. A sociedade egbe òrun dos àbíkú, as crianças nascem para morrer várias vezes. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/afroasia/article/viewFile/20825/13426. Acesso em: 16/02/2017.

HAWANY, Thonny. ÀDÚRÀ, ORÍKÌ, ỌFỌ̀, ÌTÀN E ORIN, 16, fevereiro de 2017. Disponível em: https://www.thonnyhawany.com/2017/02/adura-oriki-ofo-itan-e-orin_16.html?m=1. Acesso em: 13/08/2023.

ADEKUNLE, Otunba, Ifá Filosofia e Ciência de Vida. 1.ed. São Paulo, 2005.

Notas:

[1] . Na língua yorùbá, o “s” não funciona como desinência de plural. Assim sendo, o seu uso entre parênteses neste texto, denota aportuguesamento da regra de concordância nominal, sem, no entanto, deformar a palavra original.
[2] . Folha de amendoeira.
[3] . Tradução: Folha idí, diga que o caminho do ọ̀run está fechado para mim.
[4] . Embora as expressões ‘sagrado’ e ‘divino’ pareçam sinônimas, nesta obra não as vemos desta forma. Usamo-las com a seguinte perspectiva: todo divino é sagrado, mas nem todo sagrado é divino. O divino é próprio de Deus (Òlòdùmarè). Os Òrìṣà(s) são sagrados, mas não são deuses, acabamos nos referindo para que o leigo entenda melhor, mas não é!. Pois é uma religião monoteísta, possui um único Deus, mas muitos seres sagrados e sacralizados.




Antigo Breviário de Rezas e Mandingas – N.A MOLINA

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Sinopse do autor: Neste volume, o caro leitor encontrará de tudo, desde os tempos mais remotos até os nossos dias. Desta forma, procurei juntar neste trabalho tudo que me foi possível, sobre rezas, mandingas e preces, finalizando com uma parte de métodos de curas usados desde os tempos mais remotos, usados ainda hoje por todos nós. Ao relerem este breviário, encontrarão a lembrança de nossos antepassados, não só os do século passado, mas também os mais remotos.

Ao lerem estas páginas, cada um de vocês encontrará a lembrança do passado dizendo, ou pensando em palavras ‘de um amigo, um parente que ‘lhes trará na mente um destes métodos usados por seus avós, seus bisavós, ou mesmo por um preto velho, por nós conhecido, pois eles foram os maiores mandingueiros e rezadores. Eu mesmo, ao escrever estas linhas, trago sempre na lembrança as palavras ditas certa vez por minha esposa, pois ela tivera no passado uma preta velha, que todos na família o chamavam de Vovó Alzira. Ela fora em tempo muito remoto, comprada pela família como escrava, mas nunca fora tratada como tal, e sim como Vovó Alzira, que por sua vês a todos chamava de neto, ou de filho, pois ela era uma verdadeira mandingueira. Segundo os familiares de minha esposa contam, viveu 126 anos, e com esta idade ainda rezava, praticava suas mandingas, e a todos tratava e curava utilizando-se só de ervas e frutos, nunca usou óculos, e ainda, no fim de sua idade, costurava e bordava.
Este, caro leitor, é um dos exemplos do qual sou testemunha, portanto está claro que os métodos, curas e rezas usados na antiguidade ainda hoje são praticados em nosso meio, pois os pretos velhos, os negros assim chamados, os trouxeram para que esta marca de passagem por nossa terra seja lembrada por nós, pelos anos que viveram, utilizando e revivendo por várias gerações o que nos foi deixado, os antigos métodos de rezar, de curar e de mandingar, métodos estes que passarão de pai para filho, pois no meu entender é a maior e melhor lembrança que nos fora deixada por jiossos antepassados.
Saravá todo o Seu Povo.
Autor: N.A. Molina
Editora: Espiritualista
DRIVE

 




ANTIGAS ORAÇÕES DA UMBANDA

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Resumo: este livro é uma junção de diversas orações e preces que são usadas na Umbanda. Infelizmente por ser um livro muito antigo, a qualidade do scaneamento se encontra um pouco falha.

DRIVE




Oração para o Arcanjo São Miguel para libertação, proteção e amor

“São Miguel Arcanjo,
Protegei-nos no combate,
Defendei-nos com o vosso escudo!
Ó Príncipe celeste, pelo Divino poder,
afastai de mim tudo o que não me faz bem.
São Miguel em cima, São Miguel em baixo,
São Miguel à esquerda, São Miguel à direita,
São Miguel à frente,São Miguel atrás.
São Miguel, São Miguel, São Miguel.
Aonde quer que eu vá,
Eu sou o seu amor, que me protege aqui e agora. “




Oração para São Uriel Arcanjo

Esta é uma oração voltada ao Arcanjo das urgências espirituais.

Divino Arcanjo Uriel, ilumine todas as células do meu corpo. Para que meu corpo, sadio e iluminado, seja um instrumento fiel da minha alma. Que todos os que se aproximarem de mim sintam a força e o amor da minha aura. Eu desejo servir. Ensine-me a aquietar a minha mente, minhas emoções, todas as minhas energias. Que eu possa canalizar a energia cósmica para vertê-la nos meus irmãos que precisam de ajuda.

Arcanjo Uriel, assim como Jesus se isolava para orar, que eu possa orar no silêncio e receber a força e o poder espiritual.

Arcanjo Uriel, dê-me a paz incomensurável e a compreensão de que eu sou o encarregado de melhorar minha vida e meus assuntos. Que eu possa compreender que a provisão está ao nosso dispor. Que Deus é a fonte da prosperidade que o homem, nascido à sua imagem e semelhança é merecedor.

Arcanjo Uriel, ajude-me a abrir as portas da abundância de bens materiais e espirituais, para me elevar acima dos meus próprios temores e tornar-me um filho digno de um poderoso pai (Deus).

Arcanjo Uriel, solicito a graça de … (faça seu pedido três vezes). Pelo amor do Mestre Jesus, pelo amor que existe em meu coração, que meu pedido seja concedido. Graças a Deus!! Graças a Jesus!




Comer, rezar, amar e meditar

Conheça melhor a meditação mântrica, técnica popularizada no livro que se tornou febre mundial.

Texto • Geisa D’avo / Triada.com.br

Quando a jornalista americana Elizabeth Gilbert decidiu se aventurar sozinha em uma viagem pelo mundo – ou, mais especificamente, por três países escolhidos a dedo – provavelmente não imaginava que sua experiência obteria tamanha repercussão. Descrita no livro Comer, Rezar, Amar, publicado em 2006, sua jornada se transformou em best-seller e, recentemente, chegou às telonas. Na saga, Julia Roberts interpreta o papel da jornalista que deixa tudo para trás e parte em direção à Itália, Índia e Indonésia com missões muito diferentes em cada uma dessas regiões. É na segunda etapa de sua viagem que a autora descreve a meditação mântrica, uma prática bastante comum em território indiano, mas ainda pouco conhecida por nós, ocidentais. Que tal, então, ficar por dentro e investir nesta técnica tão promissora?
 
O que é
A meditação mântrica, como o próprio nome já indica, une o ato de meditar à entoação de mantras, duas das principais técnicas de elevação espiritual utilizadas principalmente por budistas e hindus. A ideia é permitir aos praticantes que recorram ao poder das “canções” em sânscrito para se aproximar das divindades e, assim, obter purificação, paz de espírito, equilíbrio e autoconsciência. A atividade pode ser realizada individualmente ou em grupos, e o som dos mantras, necessariamente, não precisa seguir sempre o mesmo padrão. Em outras palavras, não há um ritmo de pronuncia correto dessas pequenas orações; o importante é repeti-las com calma e concentração.

Fio de contas
Boa parte dos adeptos da meditação mântrica possui uma espécie de cordão sagrado, conhecido como japa (repetição) mala (cordão), muito importante à prática desta técnica. O objeto é bastante simples e até faz lembrar o terço, tão comum na Igreja Católica, já que consiste em um colar com pequenas bolinhas chamadas de contas. O propósito, inclusive, também é um tanto quanto parecido: cabe ao praticante entoar um mesmo mantra para cada uma das 108 contas existentes no japa mala até completar uma “volta” completa.  
 
Como praticar
1 – Vá a um lugar tranquilo e silencioso, respire fundo e feche os olhos. Permaneça nessa posição até que esteja bastante concentrado.
2 – Segure o japa mala com a mão direita, prendendo o cordão entre os dedos polegar e médio. Caso não tenha o cordão, você pode optar por utilizar um barbante ou fio de costura com 108 nós amarrados.

3 – Prenda a primeira conta do colar e comece a entoar o maha-mantra: Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare / Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare. Quando terminar, passe para a próxima conta e repita o processo. Faça isso com cada uma das contas, até completar o círculo. 

Dica!
Muitos outros mantras podem ser utilizados nessa prática de oração meditativa, mas, na dúvida, vale sempre recorrer ao maha-mantra, mais fácil de entoar e responsável por tranquilizar a mente e o espírito.
 
Saiba mais!
“Quando você vai à Índia – especialmente aos locais sagrados e aos ashramns, as comunidades que promovem a evolução espiritual -, vê várias pessoas usando contas em volta do pescoço. (…) Esses cordões de contas se chama
japa malas. São usados na Índia há séculos, para ajudar os devotos hindus e budistas a se concentrarem durante a meditação ritual. O colar é segurado com uma das mãos e manipulado em círculo – para cada repetição do mantra, toca-se uma conta”.
[Trecho extraído da obra 
Comer, Rezar, Amar
399 páginas, Editora Objetiva 
www.objetiva.com.br]