De onde vem a devoção à lua? Por que os gatos são sagrados? O que representa o pentagrama? Conheça esses e outros elementos essenciais da feitiçaria e comece a desvendar os mistérios dessa arte antiga, sagrada e fascinante
Texto • Redação
Deuses, códigos secretos, palavras encantadas e símbolos sagrados são alguns dos principais elementos da wicca. Para comprrender essa antiga arte, portanto, é indispensável conhecê-los. Retirados da Enciclopédia de wicca e bruxaria (Editora Gaia), de Ravin Grimassi, os verbetes que você confere a seguir trazem um pouco dessa sabedoria, apresentando importantes aspectos da feitiçaria para iniciantes e aprofundando ainda mais o conhecimento de bruxos e bruxas experientes. Vire a chave mágica, abra a porta e vá fundo nesse universo!
Deusa da lua
A Deusa da Lua é uma das principais formas da divindade na wicca. Na bruxaria moderna, a Deusa da Lua é normalmente vista como uma entidade tríplice: donzela, mãe e anciã. A donzela é associada à lua crescente, a mãe com a lua cheia e a anciã com a lua minguante. Nas tradições mais antigas, à lua nova (os dias em que ela não é visível) era atribuída o aspecto da Deusa conhecido como encantadora.
A Deusa da Lua era um aspecto antigo da divindade que evoluiu desde o culto da Grande Deusa no Período Neolítico, na Antiga Europa. Os antigos acreditavam que a lua influenciava o ciclo menstrual e, por conseqüência, a fertilidade.
Além disso, em diversas tradições da bruxaria, a lua aparece sempre relacionada às emoções, aos ensinamentos de mistério e também às forças da Natureza. As feiticeiras antigas acreditavam que a lua podia conferir poderes ou insanidade para quem lhe fizesse favores. Afinal, é da natureza desse astro ter dois lados, um claro e um escuro.
Alfabeto das bruxas
Com símbolos que correspondem às letras do alfabeto tradicional, o alfabeto das bruxas é uma escrita oculta utilizada em muitas tradições de feitiçaria. Seus códigos têm uma longa história de uso em fórmulas mágicas, inscrições talismânicas, manuscritos secretos e diários de bruxaria.
Seus primeiros registros foram encontrados na cidade grega de Tebas e, por isso, também é conhecido como alfabeto tebano. Análises históricas sugerem que sua criação seja anterior ao século 11 a.C. e que tenha sido baseada em alfabetos latinos equivalentes. Isto é sugerido por causa da ausência das letras J, U e W, que também não aparecem no latim antigo – no alfabeto das bruxas atual, o mesmo símbolo que representa o V é utilizado para as letras U e W e o símbolo que representa o I é usado para a letra J.
Depois de ter sido adotado por muitas tradições ocultas ao longo dos séculos, o alfabeto das bruxas se tornou popular também em vertentes da bruxaria moderna, como a Gardneriana, por exemplo.
Pentagrama
O pentagrama é a imagem de uma estrela de cinco pontas, geralmente com as linhas entrelaçadas. Normalmente, a estrela é encerrada dentro do círculo e fica com apenas uma das pontas para cima. O topo da estrela representa o espírito puro e cada uma das outras pontas simbolizam um dos quatro elementos da criação: terra, fogo, água e ar, que devem estar sempre em ordem e equilíbrio. Na wicca, o pentagrama é um dos símbolos mais importantes, representando proteção sagrada e afugentando todo o mal de quem o tem por perto.
Gato sagrado
Há muito tempo o gato é um animal associado com a bruxaria e a magia. Ele aparece como uma criatura mágica em várias culturas, desde o Egito até Roma e o Norte Europeu.
Em antigos rituais pagãos, máscaras de gatos e outros bichos, como bodes e lebres, eram usadas com o propósito de invocar os poderes dos animais.
Durante os julgamentos das bruxas no século dezessete, era uma acusação comum dizer que as elas possuíam o poder de se transformarem em gatos. O gato preto, com seu óbvio simbolismo ligado aos poderes ocultos, era freqüentemente associado com o espírito das feiticeiras.
Por conta dessa perseguição, no ano de 1400 os gatos estiveram perto de desaparecer da Europa. Eles só conseguiram aumentar novamente o número de seus exemplares nos séculos 17 e 18, principalmente por sua habilidade em caça aos ratos, o que os tornava muito útil para os homens.
“Que assim seja…”
“Que assim seja” éo uma frase usada na wicca para declarar que o intento mágico é adequado. Ela deve ser falada no final do feitiço para que o trabalho de magia tenha efeito. A versão mais longa dessa frase é: “de acordo com a minha palavra (ou desejo), que assim seja”. Nesse contexto, a frase liga o ato mágico ao poder do desejo pessoal e à força da mente da feiticeira. Mas, para que essa frase seja eficaz, o desejo de uma pessoa deve ser forte e sua palavra deve ser verdadeira. Se uma pessoa tiver tendência de não seguir com o seu objetivo até o fim, e então diz “de acordo com a minha vontade, que assim seja” terá um efeito menor. Se uma pessoa que normalmente honra a sua palavra profere a mesma frase, certamente seu significado será maior e, portanto, mais eficaz.