terça-feira, julho 2, 2024
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Aula 2 – Fundamentos básicos

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Boas-vindas a segunda aula do nosso curso de Ajeum! Desta vez abordaremos sobre fundamentos básicos do Ajeum dentro da Cultura Africana e Afro-brasileira.

Conforme aprendemos na aula anterior, Ajeum dentro das religiões costuma ser usado os alimentos para consumo dos próprios devotos e praticantes durante as ritualísticas ou como oferendas para as divindades e ancestrais da cultura. As comidas deixam de ser apenas comidas quando passam pela ritualística e se transformam em elementos mágicos poderosos capaz de fortalecer o elo de ligação da energia de uma pessoa com uma divindade, além de conceder curas ou resoluções de problemas. É comum um praticante entoando rezas em formas de cantigas, ou canções e orações durante o preparo e entrega.

Oferenda é tudo que é oferecido para uma divindade ou energia, seja comida, rezas, atos devocionais e etc.
Agrado geralmente são oferendas feitas como forma de agradecimento por alguma ajuda ou realização de um pedido.
Ebó costuma ser feito após uma solicitação vinda do espiritual, onde de forma muito comum costuma vir uma mensagem do oráculo recomendando e instruindo até mesmo qual seria a comida mais viável a ser feita, o que pode ser acrescentado ou evitado. Assim podemos dizer que tudo é oferenda de uma forma geral, mas ebó seria um tipo de medicina religiosa mais específica e que somente é feita por decisão do espiritual, não sendo feita apenas por devoção ou uma simples vontade.
Um sacerdote é alguém de autoridade para realizar ebós, mas há casos de que é ensinado algo para a pessoa fazer com base no que o oráculo trouxe como mensagem.

Quando fazemos oferendas para as divindades, de uma forma muito vulgar é dita no Brasil que a divindade irá comer a comida, quando na verdade por se tratar de um ser altamente evoluído, sendo uma divindade, eles não se alimentam de matéria física, nenhum Orixá de forma espiritual irá agachar ou subir em cima de um altar ou mesa para comer a comida que você estará colocando. A comida que é oferecida, são elementos específicos que aumentam sua ligação ou fortalece seu contato com aquela divindade.

Cada comida pode ser para uma situação ou finalidade diferente. Quando um sacerdote passa comidas em uma pessoa, independente de ser um banho de comidas (sacudimento) ou pratos com oferendas que são encostados na pessoa, invocar as divindades fará com que elas abençoe as comidas e manipulam as energias daqueles alimentos para determinados setores da vida daquele solicitante ou doando energias necessárias para serem convertidas à aquela pessoa.

Na forma física é comum um nutricionista dizer que cada alimento possui seus nutrientes e vitaminas que ajudam na saúde física, mental e trazem resultados significativos que pode ajudar a pessoa vencer determinadas situações, como o cansaço, dores e muito mais. Um alimento pode ajudar a favorecer a aparência, outro no sistema imunológico aumentando a defesa do corpo em frente a uma doença… Na espiritualidade é neste mesmo sentido. Os alimentos durante os rituais ajudam alimentar nossa alma, aumentam uma certa linha que consideramos “elo” que nos próxima daquela divindade e quanto mais ligação tivermos, maiores serão as possibilidades daquelas energias intervir numa necessidade nossa ou de trazer alguma virtude e favorecimento com base na especialidade dela.
Ajeum Orixá é a forma de através dos elementos sagrados ligados a cada divindade, conseguirmos energias positivas que nos faltam, seja para fortalecer nossa espiritualidade, prosperidade, amor e muito mais. Quando alguém busca por ebó, nem todos estão ruins, as vezes só querem manter a espiritualidade bem nutrida de energias ligadas aos Orixás que a pessoa necessita.

Para o Ajeum Orixá é de real importância não apenas os alimentos, mas a energia que se encontra em cada um deles. Quando pedimos o Orixá que nos ajude em nosso odu (destino), quando estamos desequilibrados energeticamente ou muito negativo. A divindade doa positividades para que nossa a negatividade diminua e consequentemente possa gerar um equilíbrio. Nada na vida é perpétuo, tudo é evolutivo. Alimentar a nossa alma, nossa vida e nosso elo com a divindade é sempre muito importante, pois quanto maior é a aproximação, mais forte será a ajuda ou resposta.

Tudo que tem energia, tem vida! Até um local possui seu próprio caminho e espiritualidade regente. Se deixarmos as comidas dentro de casa por um determinado tempo, beneficiamos o local, pois o Orixá abençoa ou doa energias positivas para a casa, podendo beneficiar todos que nela moram. Estes tais rituais não atuam simplesmente em limpezas mas em diversas outras finalidades.
Quando temos problemas amorosos, podemos pedir as divindades do amor para nos ajudar, quando temos problemas em caminhos fechados na nossa vida, podemos pedir as divindades que abram esses caminhos. Se somos amaldiçoados ou recebemos pragas, o Orixá atua, abençoando para que aquela maldição não recaia sobre nós.
Se pedirmos paciência a divindade, eles nos dão a oportunidade de nos tornarmos pacientes, quando pedimos alegria, a divindade dá a oportunidade de sermos alegres, quando pedimos sabedoria, a divindade nos dá a oportunidade de nos tornarmos sábios, quando pedimos para ser bom em tal
coisa, a divindade dá a oportundiade de sermos bons. As divindades não atuam interferindo em nossa vida, pois não somos marionetes controladas pelos deuses, elas semprem nos dão oportunidades de nós mesmo evoluirmos com a ajuda delas, as bênçãos e as oportunidades batem em nossa porta. Porém não giram a maçaneta, nós que temos que escolher se queremos abrir a nossa porta para coisas novas. Devemos lembrar que nós evoluímos com ajuda deles, não eles com a nosssa, pois a divindade já é bem evoluída. A mesma coisa acontece em quem cultua seus ancestrais, prestar cultos, ajuda a manter nossas raízes fortes e a árvore (espiritualidade nossa) se manter de pé, as folhas e frutos são resultados de uma boa raíz nutrida.

Oferecer comidas para divindades não proprociona ajuda aos Orixás e sim a nós mesmos, pois na verdade somos alimentados pelas energias pertencentes a cada Orixá. Por isto é muito comum no Rio Grande do Sul (Brasil), entre Umbandas e Candomblés, uma prática chamada “troca de saúde”, onde é passado diversas comidas em um doente e a energia que torna doente é passada para os alimentos e a energia dos alimentos para o doente.

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