terça-feira, julho 2, 2024
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É possível tomar ebó sendo contra sacrifícios?

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Um dos temas polêmicos e pouco discutido, é sobre a possibilidade de uma pessoa que não se sente bem com sacrifícios de animais passar por um tratamento através de ebó dentro da Religião Tradicional Yorùbá ou Candomblé, será que é possível mesmo a pessoa optando que não deseja abate religioso com animais? Confira.

• Texto – Awo Ifá Leké – Eduardo Henrique

O ebó é uma prática de medicina religiosa que utiliza elementos materiais sagrados e importantes para direcionar energias em prol de alguém, lugar ou situação, é uma forma de pedir as divindades que tragam positividade e até mesmo fiquem mais para perto do devoto.

Há casos que o ebó inclui sacrifícios de animais, com objetivo de usar a força do sangue animal para obter energias e alcançar algum resultado específico, como por exemplo uma pessoa sem muita saúde e recebe energias para melhorar, mas numa sociedade que possui diferentes formas de pensar, alguns podem não se sentir bem vendo ou participando de sacrifícios, mesmo que seja de forma religiosa e não ocorra de forma macabra ou desrespeitando o animal.

É possível que um sacerdote usando seu conhecimento consiga resolver um caso ou trabalhar utilizando outras formas que não seja sacrifícios de animais à pedido do solicitante, podendo usar comidas (ajeum) e toda sua força ou sangue vegetal através de ervas ou plantas, entre outros métodos. Os sacrifícios de animais é uma das formas de ebós, mas não é a única, por isso dependeria muito do sacerdote e sua experiência.

O que não pode acontecer é de algo ser realizado contra à vontade de alguém, pois ebó tem como objetivo harmonizar as energias e trazer efeitos para caminhos onde há problemas de energias ou baixa positividade, não sendo necessário fazer algo que possa ferir sentimentos de alguém por algo. Existem casos de pessoas que aceitam realizar os sacrifícios de animais e entende que é uma prática religiosa e sagrada, mas tem problemas para ver sangue ou cortes, então o sacerdote passa o animal pela pessoa, reza e quando a pessoa se retira do local é realizado o abate religioso sem a presença da pessoa, tendo em vista a manifestação de sua vontade.

O que importa é não fazer que um sentimento por amor aos animais e não se sentir bem com sacrifícios, como quem é vegetariano, se torne um obstáculo da pessoa se cuidar ou buscar o sagrado através de ebós. E para aqueles que acham que é somente um ebó com animais que tem força, estão completamente errados, na África existem rituais em que a força das comidas é gigantesca, não somente quando envolve animais. Tudo depende da fé, do merecimento e dedicação, eu já presenciei casos de pessoas em estado grave de saúde, conseguindo se recuperar rapidamente após ebós de comidas, entre outros métodos.

O que precisamos pontuar é que ebó não é uma iniciação religiosa, e sim, um tratamento.

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