Na tradição cabalista, os 72 nomes de Deus são mais do que simples palavras: são verdadeiras fontes de energia, e a pronúncia – ou simples mentalização – de suas letras é capaz de transformar sua realidade. Saiba mais.
Texto • Paula Bianca de Oliveira
Ser infinito, perfeito, criador do universo… Existem muitas e diferentes formas de pronunciar a palavra “Deus”. Agora, imagine um tempo em que sequer os sinônimos poderiam ser ditos. Assim vivia o povo hebreu, há milhares de anos. Frases como “vá com Deus!”, “Deus me livre!”, “ele é um Deus!” – empregadas a todo momento em nossas conversas cotidianas – eram absolutamente inaceitáveis. “Não se sabe ao certo por quê, mas a tradição religiosa dos judeus considera o nome de Deus tão sagrado quanto impronunciável”, conta o rabino Natan Siilberstain, da Congregação Judaica do Brasil.
Especula-se que tal dogma tenha nascido do receio de se descumprir o terceiro dos chamados 10 Mandamentos da Lei De Moisés: “Não ficará impune aquele que pronunciar em falso o nome de teu Deus”. Assim, os 72 nomes de Deus surgiram como uma forma de driblar tal proibição.
Quando Deus ditou a Torá (o livro sagrado do povo judeu, correspondente aos cinco primeiros livros da Bíblia) a Moisés no Monte Sinai, passou aos homens os códigos do universo em forma de letras hebraicas. Portanto, as 22 letras que compõem o alfabeto hebraico são, na verdade, as 22 vibrações que determinam as leis naturais de todo o cosmo. Dessa forma, a palavra “Deus” sempre deve ser entendida como a “Energia Criadora e Ordenadora de Matéria”.
Para o rabino Natan, um dos grandes erros da humanidade foi achar que as letras judaicas são simplesmente símbolos para uma língua chamada hebraica, de uso particular do povo judeu. “O alfabeto hebraico transcende religião, raça, geografia e o próprio conceito de linguagem. Ele é composto por figuras universais, é o alfabeto genético de todo o universo, para todas as pessoas, o tempo todo”, afirma.
Códigos de Luz
Os chamados 72 nomes de Deus são, de fato, 72 palavras formadas por 3 letras hebraicas cada, que, de acordo com a cabala, possuem o extraordinário poder de superar as leis da natureza humana e universal. Cada conjunto de 3 letras corresponde a um atributo divino e funciona como um elo que transmite a energia da Luz divina para o nosso mundo físico. Assim, cada seqüência serve para atrair uma energia específica a determinada situação ou necessidade, como “ordem para o caos”, “afeição”, “ouvir sua alma”, “integração” e “influências angelicais”.
Cada um dos nomes de Deus, pela característica de suas formas e pela ressonância de seus sons, atua como antenas parabólicas, que estimulam e liberam a energia invisível da criação. Individualmente, cada letra representa uma energia específica, que regula fontes de sabedoria, saúde, prosperidade ou amor. Cada som gerado pela vibração da pronúncia da letra representa uma força energética diferente. A distinta combinação de letras, por meio de sua cor, luz e som, cria tipos desiguais de energia, da mesma forma que diferentes combinações de notas musicais geram distintos tons e melodias.
A energia dos nomes também é reativa ao ambiente, ou seja, ela percebe as vibrações que estão ao redor e adapta-se a elas. “Faça seu trabalho espiritual sempre meditando nos 72 nomes de Deus, orando conforme manda seu coração, e verá que a Luz se encarregará de enviar para você aquilo que lhe é necessário”, orienta Natan.
Mais que proferir os nomes, fica evidente a necessidade de compreendê-los. “Entender, nesse caso, não é um processo apenas intelectual, mas algo que combina razão com emoção. É a aceitação de algo como parte inseparável de nós mesmos”, conclui Alberto. Em outras palavras, a cabala ensina que todos os tipos de realizações que buscamos estão contidas nessa luz. Basta saber recebê-las. Confira alguns deles ao redor dessas páginas, pratique a contemplação e inspire-se com o poder que deles emana.
Fonte: Triada.com.br.