Quando a sociedade adoece, quem paga o preço são os mais vulneráveis

Entre violência e descuido, revelamos o que a sociedade insiste em esconder: o adoecimento coletivo e a urgência de cuidar da saúde mental.

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A imagem representa a esperança no desenvolvimento da consciência pelo bem da nossa existência.

Tragédias que revelam uma realidade dura

Nos últimos dias, Rio Grande do Sul e Santa Catarina foram palco de notícias dolorosas: um menino de dois anos agredido por uma professora com um livro, e uma bebê de apenas oito meses, em Joaçaba, encontrada com hematomas e que não resistiu.

São casos que cortam o coração e, ao mesmo tempo, revelam algo que já não podemos ignorar: vivemos em uma sociedade adoecida.


O reflexo de uma sociedade sobrecarregada

O esgotamento, a falta de preparo emocional e a negligência estão em todos os lugares. Professores sobrecarregados, pais que não sabem como educar, adultos que carregam frustrações sem nunca terem aprendido a lidar com sentimentos.

Como consequência, isso se reflete em comportamentos violentos, em crueldades que jamais deveriam acontecer.


A pressa que rouba a profundidade

Precisamos olhar para a história. Muitos hábitos mudaram de forma, mas ainda carregam significados antigos. Portanto, não é porque algo “se atualizou” que deixou de ser importante ou de gerar consequências.

O problema é que vivemos em uma sociedade que busca receitas prontas. Assim, repetem-se termos técnicos sem compreensão real, diagnósticos viram moda, e a reflexão profunda é substituída por frases rápidas que não transformam nada.

Essa pressa gera adultos sem ferramentas para lidar com a própria vida. Como resultado, vemos trabalhadores que explodem no emprego, pais que jogam nos filhos o peso da própria confusão, professores que já não têm forças para ensinar.


Quem paga o preço da negligência?

E quem sofre com isso? Sempre os mais indefesos: crianças, mulheres, pessoas em situação de vulnerabilidade. Seres humanos que não têm estrutura psíquica, emocional ou física para se defender.


Um chamado à responsabilidade coletiva

Não é culpa individual de cada pessoa, mas cada decisão importa. O mundo sempre foi mundo, com suas violências e dores. A diferença é: o que vamos fazer hoje para não repetir os mesmos padrões amanhã?

Não adianta dizer “o mundo está perdido” e seguir reproduzindo as mesmas atitudes. Afinal, transformar começa no modo como tratamos o outro, no cuidado com as palavras e no respeito ao que é humano em nós.


A força do pouco que podemos fazer

Como disse Edmund Burke: “Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco.”

De pouquinho em pouquinho, é possível. E talvez seja exatamente isso que ainda pode nos salvar.

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