Sempre pronto a ajudar, o santo das causas urgentes ensina que não vale a pena deixar para amanhã o que se pode fazer hoje. Conheça sua história e a oração que roga por sua ajuda.
Texto • Juliana Dondo
O santo das causas urgentes, protetor dos aflitos e dos desesperados, patrono dos militares, dos estudantes, dos jovens e dos viajantes, foi um dos muitos santos que levaram uma vida devassa e pagã antes de se converter ao catolicismo.
Santo Expedito viveu no século 3 e era chefe da 12ª Legião Romana, conhecida como “Fulminante”, cuja missão era defender o Império Romano dos bárbaros asisáticos.
Conta a lenda que, durante uma campanha da Germânia, no nordeste da Hungria atual, o imperador Marco Aurélio foi cercado pelos bárbaros, ficando sem água e provimentos. Ordenou, então, que fossem feitos encantamentos pelos mágicos, na época, companheiros indispensáveis dos exércitos.
A 12ª Legião, que estava em combate nesse episódio, era formada em grande parte por soldados cristãos. Nesse momento de necessidade, eles se reuniram fora do campo de batalha, ajoelharam e começaram a rezar. Os milhares de homens em oração e com os braços abertos formaram um espetáculo surpreendente, até que uma chuva abundante pôs-se a cair, saciando a sede dos soldados romanos e fazendo o inimigo recuar. Raios e granizos ainda caíram com violência sobre os bárbaros, fazendo-os debandar em pânico.
Mas a história mais importante desse santo guerreiro diz respeito à sua conversão. Conta-se que, quando ele foi tocado pela luz divina e resolveu seguir a fé de seus soldados, recebeu uma visita inesperada: em forma de corvo, o Espírito do Mal lhe apareceu para dizer: “Cras! Cras! Cras!”, palavra latina que quer dizer “amanhã”, ou seja “deixe para amanhã, não tenha pressa, adie sua conversão!”.
Santo Expedito, pisoteando o corvo, esmagou-o e gritou: “Hodie!”, que quer dizer “hoje”. É por isso que Santo Expedito é o patrono das causas urgentes, invocado nos casos que exigem solução imediata, nos negócios em que qualquer demora poderia causar prejuízo.
“Com certeza ele não se chamava Expedito, mas nome foi colocado porque essa palavra, em latim “expeditus”, significa uma pessoa que faz os favores urgentes, que está pronta para ajudar os outros a qualquer hora”, explica o padre Guilhermo Daniel Micheletti, da Capela de Santo Expedito da cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo.
Após a conversão, Expedito tornou-se muito prestativo e caridoso, sendo destacado por comandar sua legião de acordo com as virtudes cristãs, sempre atento à ordem e à disciplina.
Pouco se sabe sobre as circunstâncias que acompanharam seus últimos instantes, mas o padre Micheletti explica o contexto histórico que levaram a uma execução. “Na época de Santo Expedito, os pagãos que se convertiam ao catolicismo continuavam aceitando a autoridade política do Imperador, mas não o reconheciam mais como autoridade religiosa. Muitas vezes, isso gerava uma perseguição”, conta Micheletti. Assim aconteceu com Expedito que, após uma disputa interna pelo poder, foi derrotado pelo imperador Diocleciano no dia 19 de abril do ano 303, e martirizado até que não lhe restasse mais sangue nas veias.
Quase dois mil anos se passaram e muito dessa história se perdeu no tempo. Mesmo assim, hoje em dia, a frase “agradeço a Santo Expedito pela graça alcançada” se espalha pelas cidades de todo Brasil em faixas, cartazes e panfletos. Prova de que o santo guerreiro está mesmo sempre pronto para ajudar.
Fonte: triada.com.br