quinta-feira, outubro 3, 2024
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Os templários e a maçonaria

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Descubra quais as verdadeiras conexões entre os cavaleiros mais controversos da Idade Média e a sociedade secreta mais famosa e influente de todos os tempos.


Texto • Tatiane Marchesan / Triada.com.br
 
No emaranhado de lendas e mitos que envolvem os Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo do Rei Salomão, encontramos as mais diferentes teorias, como histórias envolvendo tesouros secretos, polêmicas religiosas e, até mesmo, rituais satânicos. Entre tantas suposições, uma das mais intrigantes é a de que a Ordem teria uma profunda ligação com a sociedade secreta mais famosa todos os tempos: a maçonaria.
Segundo a história oficial, não há nenhuma prova concreta que suporte essa ideia mas, como afirma o jornalista Sérgio Pereira Couto, autor dos livros Sociedades Secretas: Templários e Sociedades Secretas: Maçonaria, “livros e filmes já foram feitos sobre o assunto e há quem realmente acredite que grande parte do conhecimento templário esteja até hoje diluído nas tradições maçônicas”.
Entre as muitas especulações sobre o suposto envolvimento entre as duas irmandades, uma das mais difundidas é que, depois de os líderes templários terem sido queimados vivos por conta de uma conspiração entre o Rei Felipe, o Belo e o Papa Clemente V, os membros remanescentes do grupo passaram a se reunir clandestinamente para escapar de perseguições. Assim, eles teriam se mantido no anonimato até se restabelecerem definitivamente, em 1717, como a fundação da primeira Grande Loja Maçônica.

No entanto, hoje em dia, são raros os estudiosos que ainda defendem essa versão dos fatos, uma vez que a maçonaria já existia, como uma comunidade formada por pedreiros e trabalhadores livres, cerca de dois séculos antes de os primeiros monges guerreiros fundarem a Ordem dos Templários [veja mais no box abaixo]. Por conta dessa questão de tempo, uma teoria um pouco mais aceita é a de que os templários que conseguiram sobreviver à fogueira teriam apenas pedido ajuda à maçonaria para preservar, por meio dela, seus ideais.


No livro Sociedades Secretas: Templários, Sérgio Pereira Couto afirma que, mesmo quando os cavaleiros já haviam deixado a França e estavam em território seguro, “havia o medo de que pudessem ser descobertos e considerados novamente como traidores. Por isso, eles teriam se valido de seus conhecimentos da arquitetura sagrada e assumido um novo disfarce: o de pedreiros. De fato, há muitas catedrais e construções góticas que apresentam uma variedade de figuras místicas gravadas em suas paredes cujo significado é desconhecido até hoje e que lembram os símbolos usados pelos templários”.
Outra hipótese bastante estudada, e que pode ser a origem dessa intrigante trama, é o fato de os primeiros grão-mestres maçons da Inglaterra terem uma comprovada ligação com os Hospitalários, ordem da Igreja Católica que pode ter herdado uma parte dos bens móveis dos templários, após sua extinção.
Sem dúvida, existem muitas coincidências envolvendo as duas sociedades, como possíveis semelhanças entre rituais, símbolos e ideais. Por outro lado, as comprovações históricas são poucas. Àqueles que adoram uma boa teoria conspiratória, Pereira Couto alerta: “é claro que, se nos atermos unicamente ao campo especulativo, a coisa vai longe. Porém, precisamos ver o lado histórico para decidir se há mesmo ligações entre maçons e templários”.

O grande problema é que, sendo a Ordem dos Templários e a maçonaria duas das sociedades mais secretas da história, poucos são os documentos acessíveis sobre suas verdadeiras atuações. “Seja como for, é bem provável que ninguém nunca conseguirá uma prova histórica que confirme esse fato. Como na maioria dos casos em que as sociedades secretas estão envolvidas, também esta estranha relação ficará nas sombras, sem confirmação nem desmentido”, arremata o escritor.


Misteriosa e secreta
Uma das instituições mais antigas que existem, a maçonaria vem alimentando a imaginação de curiosos ao longo dos séculos. Sua origem específica não é conhecida, mas especula-se que teria nascido do trabalho dos construtores de catedrais medievais, que se organizaram criando uma sociedade em que pudessem se deslocar de canteiros em canteiros, livres da autoridade das corporações, da nobreza e da Igreja. Aos poucos, esses primeiros maçons, chamados de “operativos”, foram aceitando indivíduos que não pertenciam ao ofício da construção para participar do grupo e discutir sobre ideais libertários. Cada vez com mais força, a sociedade se firmou no século 18, ao ser denominada franco-maçonaria, adotar rituais secretos e abraçar conceitos iluministas de tolerância e fraternidade.

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