sexta-feira, março 29, 2024
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Aprendendo a amar com Jesus

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Amar tudo e todos é uma das célebres lições deixadas por Jesus. Mas, apesar de a conhecermos tão bem, poucas vezes conseguimos colocá-la plenamente em prática. No texto a seguir, o escritor e psiquiatra Augusto Cury analisa esta questão.

Texto • Redação
Com base nos seus conhecimentos psiquiátricos, psicológicos e nos Evangelhos, na obra O mestre dos mestres o escritor Augusto Cury expõe uma análise intrigante sobre a inteligência de Jesus. Nela, o autor levanta características da personalidade do Salvador, estuda os ensinamentos deixados por ele à luz da atualidade e mostra como aplicá-los em nosso dia a dia. Confira, agora, um trecho deste livro que ressalta a difícil arte de amar que Cristo tanto ensinou, viveu e compartilhou.
 
Palavras do mestre
De todas as características da escola de Cristo, a do amor é a mais elevada e a mais nobre e, ao contrário do que possamos pensar, é uma das mais difíceis de se compreender, pois ultrapassa os limites da razão lógica. Amar uns aos outros era um princípio fundamental. Estamos acostumados com a cultura cristã e por isso não ficamos intrigados com essas palavras. Do ponto de vista psicológico, amar uns aos outros é uma exigência poética e bela, mas, ao mesmo tempo, altíssima e dificílima de ser alcançada.
Freud, na teoria da psicanálise, deu ênfase à sexualidade. O instinto sexual e os conflitos gerados por ele estão no cerne de muito textos psicanalíticos. Não há dúvida de que determinados conflitos sexuais estão na base de algumas doenças psíquicas. Contudo, a tese freudiana de que todos os fenômenos inconscientes se explicam por experiências infantis ligadas à libido (energia sexual) é limitada e inaceitável. Temos que considerar o ser humano além dos limites da sexualidade, além dos limites dualistas da relação homem-mulher, e o compreendermos na sua totalidade, de forma a podermos ir ao encontro de suas necessidades universais.

O que mais somos em grande parte do nosso tempo? Homens ou mulheres, machos ou fêmeas? Se estudarmos a construção da inteligência e as necessidades psíquicas e fundamentais, constataremos que na maior parte do nosso tempo (provavelmente noventa por cento) não somos nem machos, nem fêmeas, homens ou mulheres, mas apenas seres humanos, que possuem necessidades universais.
Quais são essas necessidades universais? Necessidades de prazer, de entretenimento, de sonhar, de ter sentido existencial, de superar as angústias existenciais, de transcender os estresses psicossociais, de superar a solidão, de desenvolver a criatividade, de trabalhar, de atingir objetivos, de alimentar-se, de repor as energias durante o sono, de amar e também de satisfação sexual. Quando procuramos evidenciar excessivamente nossa masculinidade ou feminilidade, provavelmente está havendo comprometimento da sanidade psíquica.

 Amar é provavelmente a necessidade universal mais sublime e mais difícil de ser atendida. Os romancistas discursaram sobre o amor, os poetas o proclamaram, mas na prática não é fácil conquistá-lo. Cristo discursava sobre o amor estonteante, um amor que gera uma fonte de prazer e de sentido existencial. Aquele simples homem de Nazaré, que teve tantas dificuldades na vida, que sofreu desde a infância e, quando adulto, não tinha onde reclinar a sua cabeça, não apenas destilou sabedoria da sua dor e extraiu poesia da sua miséria, mas ainda achou fôlego para falar de um amor arrebatador: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei…”.

Na sua última ida a Jerusalém, logo antes da crucificação, ele sofreu intensa perseguição por parte dos herodianos, dos fariseus e dos saduceus, que faziam parte de partidos religiosos. Todos procuravam testá-lo para cair em alguma contradição. Esperavam que Cristo dissesse alguma heresia contra as tradições judaicas ou que dissesse algo que fosse contra o regime de Roma. Todavia, ele silenciava a todos com sua inteligência. Apesar de silenciá-los e de provocar grande admiração nesses opositores, tinha consciência de que logo iria morrer. Era só questão de tempo e ele seria apanhado longe da multidão, por isso ele discorria sem rodeios sobre seu julgamento e sobre as dores que iria padecer.
O clima era ameaçador, capaz de tirar o sono de qualquer um. A cúpula judaica já havia armado diversos esquemas para prendê-lo e matá-lo. Do ponto de vista lógico, não havia espaço para Cristo se preocupar com outra a não ser com sua própria segurança. Entretanto, apesar da tensão exterior, ele não se deixava perturbar. O mundo à sua volta estava agitado, mas ele se mostrava tranqüilo e ainda tinha tempo para discorrer com seus íntimos sobre o amor transcendental, um amor que lança fora todo medo. Como é possível alguém que está rodeado de ódio discursar sobre o amor?
Cristo estava para ser eliminado da terra dos viventes, todavia ainda cuidava carinhosamente daqueles Galileus que tantas vezes o decepcionaram. Preparava-os para serem fortes e unidos, em detrimento do drama que ele atravessaria. Equipava-os para que aprendessem a arte de amar.
Ele discursava sobre o amor difícil de ser investigado, que está muito além dos limites da sexualidade, dos interesses particulares. Um amor que se doa e que se preocupa mais com os outros do que consigo mesmo.

Saiba mais
O autor
Augusto Cury é psiquiatra, psicoterapeuta e escritor. Criou a teoria sobre o funcionamento da mente e a construção do pensamento chamada Inteligência Multifocal. Desenvolve, na Espanha, pesquisa em Ciências da Educação na área de qualidade de vida e é conferencista em congressos nacionais e internacionais.
 
O livro
Mestre dos mestres faz parte da coleção Análise da Inteligência de Cristo, composta por cinco volumes, todos de autoria de Augusto Cury.

Texto extraído do site: triada.com.br

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